A Segunda Chance do Alfa

Capítulo 122. Epílogo

***Kenina***

Nem deu tempo de passar pela porta para que uma faca voasse na minha direção. A Melione já jogou tudo que pode pensar em cima de mim assim que me recuperei e em todas eu consigo desviar e até mesmo jogar de volta na sua direção.

— Já se passaram seis anos, precisa superar — jogo a faca dentro da pia e continuo andando para o lado de fora.

— Nunca vou superar, você não consegue entender como eu me senti, pensando que iria te perder.

— Melione, eu sei muito bem, quando me levantei no nascimento da Kali foi por puro medo, nunca vou permitir que alguém cause algum dano aos meus filhos — dou alguns passos na direção da Melione enquanto ela faz sinal para o Hugo se manter longe — Eu senti o meu corpo se rasgar por dentro a cada respiração, mas ninguém toca na minha família isso inclui a sua bunda.

— Eu ainda tenho pesadelos — apenas a puxei contra o meu corpo em um abraço forte, esses anos nos aproximaram muito mais.

A Tiamate assumiu realmente as coisas no reino e fez a vida de alguns um verdadeiro inferno, mas a minha, por outro lado, estava bem agitada com as crianças... Desde o ocorrido dentro de mim, as coisas não voltaram como eu realmente imaginava e estou lutando um dia por vez.

— Ei... — o toque da Melione me trouxe a realidade — Você fez novamente, andou sozinha como se estivesse fora do corpo.

— Desculpa — abaixei a minha cabeça, evitando olhar em sua direção, enquanto suspirava. Me sentei o chão, olhando as crianças correrem pelos fundos da casa da Melione.

— O que está acontecendo, você é a Kenina, não pede desculpas.

— Não sei onde errei com a Kali — sinto algumas lágrimas escorrerem do meu rosto, mas logo as enxuguei assim que vi o Lior se virar para mim — Ela está cada vez mais agarrada com o Erdem e quando a segurei para não o seguir nos treinamentos ela jogou na minha cara que nunca quis ela, só a aceitei para não perder o Erdem, que ela sabe que é um desperdício de espaço e que logo eu vou livrar dela.

A Melione não falou nada, apenas balançou a cabeça, confirmando que ela escutou cada palavra. O silêncio que se instalou entre nós não foi desconfortável, conseguia sentir ao meu lado e não somente ali sentada ao meu lado e sim como apoio.

Não havia nada que ela pode falar ou fazer sobre essa situação, nós duas sabemos que isso deve se resolver entre nós duas. Resolvi deixar esses pensamentos de lado ao perceber os quatro apostando corrido para ver quem chegaria mais rápido no pico das árvores.

Isso me fez sorrir, já que era exatamente a mesma cena que vi quando o Lior voltou a ser criança, mas o fato da Kali travar no lugar enquanto os outros chegavam chamou a minha atenção. Assim que olhei para a outra extremidade, a Durga estava da mesma forma.

O Lior só deu mais um passo assim que a Kali sorriu para ele como se fosse uma autorização, a Luna lutava contra o seu medo de altura e mesmo assim conseguiu chegar no topo com o segundo lugar.

A Durga apenas sorriu como se estivesse disputando diretamente com a Kali, mas a Kali fez como eu sempre fiz e permitiu que a Durga chegasse na frente. O seu sorriso me fez sorrir também, bato no pescoço com dois leves toques e logo os dois Ates estão sobrevoando o local.

O Ates branco foi direto na Durga já que ela se lançou de cima da árvore enquanto gargalhava ao perceber o desespero do Ates branco. Realmente, tal mão e tal filha, já que as duas conseguem tirar completamente o sossego do Ates.

Já o Ates preto se divertia se lançando entre as árvores, pegando primeiro o Lior, mas não sei em que momento a Kali começou a ser perseguida pelos dois. Os meus olhos procuraram a Luna, que já estava segura com a Durga em cima do Ates branco.