***Kenina***
O meu corpo foi despertando aos poucos com um carinho no meu rosto, apenas pelo toque consegui entender que não era o Erdem. Acabei sorrindo com o carinho e logo o meu corpo sofreu com o aperto.
— Eu ainda preciso de ar para respirar — não estava me sufocando, mas não iria perder esse momento.
— Desculpa, eu...
— Está feliz, calma, com fome, com sede...
— Kenina — a Melione me interrompe, deixando claro na sua voz como estava aflita — Precisamos conversar.
— Precisamos mesmo, que chata e inconveniente você foi quando adolescente eu queria te dar tapas — ela não entendeu e acabou abaixando a cabeça — Não estou brigando com você e me perdoa se transmutei os seus medos sem nem perguntar antes, mas não suportei ver tudo aquilo e não fazer nada.
— Aquilo doeu.
— Eu sei, Mel, olhar e curar os nossos traumas sempre é doloroso, mas é libertador, me diz como você está se sentindo.
— Diferente, eu ainda me lembro de tudo aquilo, mas é como... É como se não me machucasse mais, eu sei o que passei e que sofri, mas agora não me machuca mais.
— A intenção é exatamente essa — puxo a sua mão para cima já que estávamos as duas deitadas na cama — Tudo o que aprendi vou repassar a você, não sei muito e tenho certeza que você será muito mais aplicada já que não entendi muita coisa — isso arrancou uma gargalhada da Melione me deixando mais aliviada.
— Não tenho mais a minha magia, não sei como posso te ajudar... Puta merda — solto uma chama de fogo na sua mão que imediatamente se torna um azul lindo — Como é que... O que... Ele não queima...
— Não, pelo menos não a mim ou a você e acredito que nem o Hugo — ela me olhou completamente confusa e, antes que ela abaixasse a mão, a seguro no alto — Não destrua o meu quarto, mocinha.
— Você... Eu... Isso não me é estranho — fechei a mão para que o fogo desaparecesse, enquanto observava a Melione completamente confusa e sentada na minha cama.
— A sua versão criança, eu a encontrei e disse isso a ela, logo as memórias vão se organizar — a puxo pelos cabelos para ela deitar novamente e mesmo reclamando ela se deitou — Não era a minha intensão intervir daquela forma, mas quando vi as camadas e mais camadas de traumas soube que precisava fazer alguma coisa.
— Não sei quem eu sou sem a minha magia.
— Ótimo, então somos duas principiantes e filhas de uma deusa dragão com um humor e temperamento bem duvidosa — isso a fez gargalhar e isso me deixou mais aliviada.
— Isso não muda o fato de que ainda não sei como vou ser útil a você...
— Está brincando comigo né? — ela nega com a cabeça desviando o rosto e quando me sento puxando o seu rosto percebi que os seus olhos estão cheios de lágrimas — Mel, você é a maior estrategista que já conheci, você conseguiu convencer o Erdem de algo que nem você mesmo acreditava, você foi traída e sangrou de tantas formas que não foi morta apenas pela vontade das Moiras...
— Você as conheceu — ela me interrompeu ainda incerta e isso me fez sorrir.
— Sim, a ideia principal era apenas ver o que aconteceu, mas tanto Tiamate como as Moiras estavam me aguardando e talvez eu tenha amarrado você na versão adolescente...
A sua gargalhada de início me deixou confusa, mas fiquei aliviada assim que percebi que a Melione estava de volta. Não precisei desviar o olhar dela para saber que tanto o Erdem como o Hugo estavam na porta ainda tentando entender o que aconteceu.
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A Segunda Chance do Alfa
Manusia SerigalaErdem um Lycano com sangue real e puro teve pouco tempo para desfrutar o amor de sua companheira, o motivo vou foi a ambição de alguns vampiros que manipularam bruxos com índole duvidosa para conseguir efetivar o ataque. Infelizmente a morte prematu...