Capítulo 70

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***Kenina***

Não foi surpresa encontrar ordens dadas pelos guardiões de ataque contra inocentes em troca de poder e dinheiro, em alguns casos foram apenas por troca de favores, seja lealdade como sexual.

Isso me fez correr para o banheiro e vomitar tudo o que estava no meu estômago. Estava lidando com vários Keenam. Acabei me assustando quando senti as mãos do Sadik na minha cintura, mas não consegui brigar já que voltei a vomitar.

— Tem certeza de que ficou longe daquele chá? Não consigo acreditar que a Ayla colocaria a erva na sua comida, ainda mais...

— Sadik... — ele me olha apreensivo enquanto eu procuro recuperar o fôlego, já que odeio vomitar — Cala essa boca.

— Pelo menos já está melhor... Aí, por que está me batendo? — ele tenta se defender com um braço e, ao mesmo tempo, procura me segurar com a outra mão, já que ainda estou um pouco mole.

— Que merda você está fazendo aqui? — os seus olhos não desviavam do meu olhar e por alguns segundos fiquei grata por isso.

— Eles estão lhe aguardando, precisamos dar um pouco de atenção...

— Não quero — o interrompo, na verdade, não quero ser vista com o Sadik mais do que necessário.

— Para isso dar certo, precisa seguir o que eu falo — estava com tanta raiva dele ter invadido ou de mim, por não ter percebido a sua aproximação.

— Não vai mandar em mim.

— Ainda não enlouqueci de vez, então tenho essa noção, mas eles precisam acreditar que sim, então se vista adequadamente... ou não, está maravilhosa assim...

— Cala essa boca — o empurro, me afastando dele e me olho no espelho, vendo que as olheiras estão ficando maiores e isso nunca me aconteceu antes, pelo menos não me lembro do meu reflexo antes do Erdem me dar metade da sua vitalidade.

— Eu prometo que lhe ajudo depois em controlar o fogo — apenas o olho pelo reflexo — Ele pode te ajudar também a se recuperar mais rápido.

— Não estou ferida...

— Mas está gerando outra vida e isso por si só já é bem desgastante — me viro para o Sadik que parecia perdido em seus pensamentos — Eu já fui casado Kenina, minha esposa e meu filho morreram graças ao conselho, de acordo com eles fui amaldiçoado por não seguir a ordem de Tiamate que era esperar a filha do rei.

— Você a amava? — não esperava por isso e agora entendi o porquê daquele fogo ao seu redor ser tão diferente, ele também não gostava da ideia de se colocar ao meu lado.

— Muito e só não desisti de viver por causa do seu pai, mas não quero falar disso...

— A partir de hoje, vai me tratar como era com ela — ele começa a dar alguns passos para trás enquanto nega com a cabeça — Claro, sem as intimidades — faço uma careta e com isso ele começa a rir baixo.

— Não pode me queimar nem fazer careta na frente de todos, apesar que acho muito fofo... — ele se afasta correndo quando ergo a mão — Nem me enforcar com fogo, não fica legal depois.

Reviro os meus olhos saindo do banheiro e indo até a porta, mas Sadik me puxa para perto tocando o meu rosto, as suas mãos soltam alguns fios do meu cabelo que estava preso, os seus olhos percorriam cada detalhe do meu rosto.

Ao final ele acabou sorrindo de forma leve, os seus toques não eram maliciosos e por algum motivo não senti que precisava correr, mas assim que ele soltou que a sua irmã sempre fazia isso nos cabelos acabei perdendo o ar.

A Segunda Chance do AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora