A Segunda Chance do Alfa

Capítulo 35 - Não se culpe

***Melione***

A conversa foi melhor do que eu esperava, em todas às vezes que o Hugo foi surtar o Erdem o interrompeu. Realmente aconteceu alguma coisa entre os dois enquanto eu estava fora, mas sinceramente não quero descobrir o que seja, pois sei que vou me irritar.

O fato é que o Erdem está ciente que vou atrás das fadas do fogo e após a minha explicação do motivo de ir atrás delas e não ir atrás dos guardiões, pela minha falta de confiança neles mesmo com o juramento antigo.

Agora a informação que a tal vampira e bruxa está disposta a acabar com a vida da companheira do Erdem me deixou em alerta, afinal não sei com quem ela se aliou para conseguir trazer o inferno de volta à vida do Erdem.

De qualquer forma, a minha saída só foi permitida com a proteção de dois licanos e para facilitar a minha vida exigi que fosse os dois da última vez. Com eles já me acertei e confio que eles não vão abrir a boca ou a mente para o Hugo a cada passo meu.

Ainda dentro do carro já comecei a alertar que na floresta vou sozinha ao encontro das Fadas do Fogo, claro que eles não gostaram nem um pouco e já me avisaram que vão reportar os meus passos para o Erdem.

Tentei argumentar que isso não era necessários, mas me calei quando eles me informaram que a ordem era para que nem mesmo um arranhão possa chegar até a irmã do Erdem, no caso eu, isso aqueceu o meu coração e me deixou sem palavras.

No meu antigo coven sempre fui tratada como a inútil, aquela que estava apenas ocupando mais um lugar no mundo, tanto que elas nem esperaram para me expulsar assim que a missão de redenção me foi data.

Após alguns dias vagando ainda sem rumo pela floresta, algumas bruxas se juntaram a mim, avisando que vão esperar o meu retornou, ou seja, elas acreditavam em mim e depois disso nunca mais vi nenhuma bruxa.

Não sei o motivo destes pensamentos melancólicos tomarem conta da minha mente, mas não posso deixar de lado que eles ocuparam todo o trajeto até a entrada da floresta e era agora que as coisas vão ficar um pouco tensas.

— Vocês não vão entrar comigo — fecho a porta do carro e pela minha visão periférica observo os dois negarem com a cabeça.

— Fora de questionamento ou ordens, bruxinha, não vamos te deixar sozinha e agora não é somente pelas ordens que recebemos — não consegui esconder a confusão enquanto eles apenas sorriam pegando as suas mochilas.

— Você também é uma de nós e não deixamos ninguém para trás — o outro, bagunça o meu cabelo tirando proveito por serem muito mais altos que eu.

— Eu sinceramente fico muito comovida com isso, fazer parte algo e ser protegida é a melhor sensação e exatamente por isso espero que vocês dois me perdoe — deu tempo apenas deles se olharem e logo os seus corpos caíram contra o chão desacordados — Vocês não podem entrar ou vão morrer e isso não vou permitir, também cuido dos meus.

Usando magia os coloco dentro do carro novamente e tranco as portas, até eu retornar eles já devem ter acordado e espero do fundo do meu coração que eles não queiram me matar, já que vão acordar com uma enorme dor de cabeça.

Respiro fundo algumas vezes antes de voltar a andar para dentro da floresta, fecho os meus olhos e me concentro para que a minha magia percorra pelo corpo como se fosse o meu próprio sangue.

Isso seria o sinal que não sou uma licana ou uma loba, as únicas criaturas que gostam de lobos são as suas próprias famílias, ou demais, apenas os suportam, pois eles têm algo para oferecer em troca.

Eu por muito tempo pensei assim e só mudei o pensamento quando conheci o Erdem, ali naquele complexo entendi na prática o que é lealdade e companheirismo, mas eles eu sei que são os escolhidos, são os que sobreviveram o pior inferno que alguém possa enfrentar.