A Segunda Chance do Alfa

Capítulo 99

***Melione***

Os meus pensamentos estavam fervendo dentro da minha mente e nem mesmo me ocupando com tanto trabalho está sendo fácil me acalmar. O Hugo está sempre ao meu lado e respeitou o meu espaço.

O fato da Kenina esconder as coisas de mim estava quase me enlouquecendo. Os braços ao redor do meu corpo me trouxeram de volta a realidade e para a minha surpresa não era o Hugo e sim a tia da Kenina.

— Muitos pensamentos de uma vez podem enlouquecer uma pessoa — tento me soltar, mas ela me aperta cada vez mais — Se permita apenas um pouco, Melione.

Suspirei e fechei os meus olhos, tudo o que vem acontecendo repassou a minha mente, logo os acontecimentos com o meu passado tomaram a vez e ali eu vi o toque das Moiras, o que não vi agora nestes últimos.

— Já achou a sua solução?

— Como sabia que isso iria ajudar? Mas sim já uma direção.

— Não sabia, mas a Ke sempre fazia isso comigo e devo admitir que eu demorava muito mais — isso me fez sorrir.

— Sinto falta da minha magia, das minhas ancestrais...

— O que impede?

— Sem magia, não posso, mas ir ao seu encontro... — levo um tapa forte na minha nuca que fez a minha voz sumir.

— Vou perguntar novamente, o que impede?

— Por que me bateu? — ela dá mais um passo na minha direção, mas para assim que os meus olhos mudaram — Já disse sem magia, não consigo ir até elas.

— Vou te bater até você abrir os olhos e, se me matar, eu volto e puxo o seu pé — não era o momento, mas acabei rindo da sua ameaça.

— Sempre para ir ao encontro delas, usava a minha magia, um ritual...

— Um portal? — o seu sorriso, por incrível que pareça, era carinhoso e agora quem correu a abraçar fui eu.

— Opaaaa, o que eu perdi? — o Hugo me puxou de volta e me abraçou enquanto cheirava os meus cabelos.

— Nada que seja da sua conta, agora a solte, pois temos um portal para acessar — a tia da Kenina apenas deu as costas e começou a andar, nos deixando para trás.

Me forço para me soltar do aperto do Hugo, mas não solto a sua mão quando vou atrás dela. Ele não me perguntou nada e apenas sorriu quando me viu sorrindo quando nos deparamos para um portal escuro e sombrio a nossa frente.

— Mel — a sua voz era apenas um sussurro próximo ao meu ouvido.

— A Kenina está me escondendo muitas coisas e, como perceber, o Erdem não me deixa perguntar diretamente.

— Ele também percebeu que não está a par de tudo, mas o que isso tem a ver com esse portal?

— Eu quero perguntar para as Moiras, mas sem magia eu não consigo, então a tia da Kenina me lembrou que a magia não era a única forma de acessar — ele abre a boca, mas a toco nos seus lábios — Elas me amam, tenho a completa certeza disso e elas também deixaram isso claro quando a Tiamate... — a minha voz some não querendo relembrar o momento.

— Tudo bem, mas você volta logo? Não vai correr perigo? — a risada da tia da Kenina chamou a nossa atenção.

— Com essa boca aberta que ela tem, duvido muito que ela não se meta em encrenca, mas levando em consideração que as Moiras são as suas ancestrais, acredito que elas já estão acostumadas — o Hugo dá um passo para a frente em forma de ameaça, mas um ruído do portal chamou a nossa atenção — Não posso deixar ele ativo por muito tempo, a escolha é agora ou vai e pergunta tudo o que deseja ou fica aqui e cala a porra da boca para não lamentar mais.