Capítulo 25 - Tiamate

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***Kenina***

Não pensei duas vezes para sair daquele escritório, mesmo não acreditando que fui a responsável por aquelas mortes, mas mesmo assim não iria ficar esperando o Keenam retornar, decidi aceitar o meu papel ao seu lado, mas isso não quer dizer que serei o seu saco de pancada para sempre.

A dor cortava o meu corpo ao ponto de não conseguir nem ao menos parar em pé. Dei graças por não encontrar nenhum lobo dentro da casa, estavam concentrados do lado de fora ou então ao lado do Keenam.

Quando já estava chegando no topo da escada, a licana veio ao meu encontro me ajudando a andar mais rápido, mas assim que parei na frente do meu quarto ela me lembrou que ali seria o primeiro lugar onde o Keenam iria me procurar.

— Tem o meu quarto antigo no final do corredor — a minha voz estava cansada e lutava para sair, assim como o meu corpo estava lutando para se manter acordado.

— Então vá para lá e não faça barulho, independe do que ouvir aqui — ela sorria de forma triste, ela sabia que eu não aguentaria por muito mais tempo e sinceramente eu também sei mais se quero sobreviver.

Apenas confirmei e fui me segurando nas paredes até chegar ao último quarto. Todo o meu corpo estava doendo, a minha cabeça parece que vai explodir e o ar aos poucos está ficando cada vez mais difícil de entrar nos meus pulmões.

Procuro algum corte no meu corpo assim que tranquei a porta, mas não havia nada ali. Me deixando levar pelo cansaço, deitei na cama fechando os olhos. Quando estava quase pegando no sono, escutei algumas portas serem abertas, mas não consegui prestar atenção já que o sono me abraçou.

Acordei ainda mais algumas vezes sentindo o meu rosto molhado por lágrimas, eu nem percebi que estava chorando, mas de alguma forma a liberação daquelas lágrimas me fez dormir novamente.

Estou tão cansada de viver assim, não consigo acreditar que o amor dos meus pais resultou em uma vida tão lamentável como a minha. Não pode ser apenas isso, mas se for eu não vejo motivos de me manter viva.

Quando acordei novamente o Keenam estava me olhando sorrindo, no susto tentei me encolher na cama, mas ele puxou o meu pé me deixando deitada na cama. Os meus olhos percorrem o quarto já pensando em alguma fuga, mas quando encontraram o chicote nas suas mãos perdi completamente o ar.

— Ahhhh aberração, você me fez perder dois betas, mas como consegui me livrar dos olhos daquele conselho inútil, eu vou ser bonzinho.

— Kennam...

— Não fale — ele estala o chicote no chão e novamente tento me encolher, mas a sua mão ainda segura a minha perna no mesmo lugar — Você me desobedeceu e para ter um beta estou proibido de tocar em você, mas isso não quer dizer que não vou punir pela sua ousadia mais cedo.

— Por favor... — ele novamente estala aquele chicote, mas agora em cima da cama e uma das pontas acerta a minha mão a cortando.

— Não quero ouvir a sua voz, não vou usar o corpo como havia planejado, mas o seu comportamento inapropriado não vai passar impune, agora se vire — nego com a cabeça percebendo o que ele irá fazer, mas quando aquele chicote acerta as minhas pernas um grito escapa pela minha boca o fazendo sorrir e logo outro golpe acerta as minhas pernas.

O meu corpo já estava mole pela dor, então quando Keenam fez o movimento em me virar não conseguir evitar. Antes mesmo que conseguisse prender o ar, ele acertou as minhas costas e novamente o grito escapou da minha garganta.

A sua gargalhada apenas ecoou pelo quarto e segurando os meus cabelos, ele ergueu a minha cabeça me lembrando que devo permanecer em silêncio, assim como ele precisou ficar quando o seu pai o bateu em meu nome.

A Segunda Chance do AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora