Capítulo 33 - Bloqueio e Fogo

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***Melione***

Tem algumas semanas que estou tentando abordar os alfas das alcateias, mas eles são bem relutantes e as esposas são piores ainda. Uma das duas alcateias que fui me expulsaram cuspindo nos meus pés.

Foi somente quando o um dos licanos ao meu lado comentou sobre o cheiro destes lobos que me lembrei da minha conversa com a Fidélis sobre a sua prima, essas lobas devem estar pensando que sou como elas, como as licanas que a muito tempo foram enviadas.

— Isso não vai dar certo, precisamos voltar — vou a passos rápidos até o carro, mas paro assim que escuto os dois suspirar — Se não queriam ter vindo...

— Espera bruxinha, você entendeu errado — os dois erguem as mãos para cima enquanto apenas reviro os olhos e nego com a cabeça.

— O que esse cabeçudo está querendo dizer é que o Hugo fica constantemente perguntando sobre você pela nossa ligação mental e sinceramente como aguenta?

— Não aguento, sempre mando ele calar a boca — os dois começam a gargalhar, era estranho como aqueles dois armários me tratavam como igual.

Claro sempre com respeito, mas principalmente depois do surto do Erdem, eles estão demonstrando mais o seu carinho por mim, até mesmo a proteção está maior e não creio que seja somente pelas ordens do Hugo.

Mesmo que eu consiga me virar muito bem sozinha, devo admitir que amo a companhia deles, bato a cabeça contra o banco pela freada forte que o carro deu e quando olho para frente vejo um lobo rosnando na frente do carro.

— Fiquem aqui dentro — os dois começam a reclamar, mas assim que balanço os dedos bloqueando os seus movimentos, ele me prometem que não vão interferir.

Saio do carro sozinha olhando diretamente para o lobo... Não era a mesma loba que cuspiu nos meus pés, ela chegava a espumar de raiva e sinceramente a minha vontade era dar uma bela lição nela, mas isso resultaria em uma pequena guerra desnecessária.

— Quer um graveto para brincar? — em resposta, ela apenas rosnou e pulou na minha direção.

Não consegui segurar o sorrio que se formou nos meus lábios, giro as minhas mãos deixando a palma da mão para cima e em segundos a loba estava no ar, já choramingando em desespero.

— Vamos começar novamente, sou Melione e estou passando pelas alcateias apenas para ver como estão as coisas, se tem algo irregular — puxo uma pedra para ficar a minha frente e me sento enquanto vou abaixando a loba, mas sem deixar ela tocar as patas no chão — Você me imaginou completamente diferente então vou lhe dar a sua última chance, volte a sua forma humana e vamos conversar de forma civilizada.

A loba confirmou com a cabeça e assim que ela colocou os pés no chão estava completamente nua a minha frente e muita envergonhada. Não a julgo e sem nem precisar falar nada ela já estava vestida com um vestido que a vi tempos atrás.

Como o esperado ela e perguntou o que era e não hesitei em responder que sou uma bruxa e o cheiro que ela sente é dos meus companheiros, apenas quando ela me olhou assustada que percebi que falei besteira e já arrumei que eles são colegas e estão comigo para não me deixar arrumar confusão.

A loba, na verdade, não era má pessoa, com um gênio forte, eu devo ressaltar, mas ainda, sim, entendo o seu lado. Ela me explicou que há anos a licana foi dispensada dos seus serviços e depois disso nunca mais foi permitido.

Sem nem pensar acabei perguntando se não havia licanos ali com eles, mas apenas pela sua hesitação entendi que havia, sim, prometi que não iria levar a adiante essa informação, mas antes de me responder ela me perguntou quem estava procurando, afinal os Kouran nunca se interessou pelo bem-estar de ninguém.

A Segunda Chance do AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora