Capítulo 93

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***Kenina***

O sol estava se pondo quando atravessei por último o portal, todos estavam apreensivos e percebi que algumas das fadas ainda estavam me olhando estranho, só não consegui identificar se era curiosidade ou uma afronta.

— Estou preocupada — a voz da Melione não passava de um sussurro.

— Eu também, quinze semanas...

— Não passou tudo isso, mas a impressão que você vai ganhar a qualquer momento ainda me causa arrepios — me virei para encontrar o seu olhar.

— Não vou morrer no parto, não existe essa merda de morrer quando as espécies se misturam, o que causou a morte da minha mãe foi a porra de um conselheiro que já está morto.

— Boa notícia sempre deixa o meu dia melhor, porém essa quantidade de poder que está usando tem um preço...

— Somos diferentes, Mel, mas vou acatar o repouso até o nascimento — respiro fundo, sabendo que daqui em diante preciso ser a rainha que eles tanto desejaram — Aproveite cada momento com o Hugo, pois assim que assumir você vai junto comigo.

— Mas Kenina...

— Não me importa o que você seja, bruxa, licana ou filha da Tiamate — dou mais uns passos em sua direção, deixando os nossos rostos próximos — Você é a minha irmã e não confio em mais ninguém para ser a minha conselheira.

— Te amo, Nina — acabei sorrindo, afinal, a única que já me chamou assim foi a Luna.

— Também te amo, Mel — dou um beijo em sua testa, voltando à frente de todos — FIQUEM AQUI E, AO SINAL DA MELIONE SE APROXIMEM.

Toquei na minha barriga enquanto respirava fundo e a senti esquentar, isso me fez sorrir. Ao contrário do que pensei, não me senti nervosa, muito pelo contrário, estava calma e completamente concentrada.

— Vamos colocar ordem na casa — empurro a capa que estava nas minhas costas, a fazendo cair no chão.

Os meus olhos percorreram o local e não foi muito complicado de ver a Ayla amarrada e de joelhos enquanto vários soldados apontavam as suas armas para sua cabeça. O Sadik não estava muito longe e também estava amarrado e até mesmo amordaçado.

— Começaram a festa sem a minha presença? — assustei alguns e não demorou para o grito com a ordem para me atacar ser dado. Antes que os soldados conseguissem apenas se mexer, os rosnados dos licanos preencheram todo o local.

— Isso é uma blasfêmia — Bilge até tentou manter a pose, mas assim que encontrou os meus olhos, ele tremeu de medo.

— Olha, ele criou coragem, isso está ficando cada vez mais divertido — dou mais alguns passos na direção deles, enquanto os soldados recuam, me fazendo rir.

— Você profanou o nosso templo com o seu nascimento, se juntou a esses seres inferiores e ainda por cima gera uma aberração em seu ventre.

— Não se preocupe, meu amor, mamãe te ama — toco a minha barriga fazendo um carinho — Não escute o que está sendo dito, ele só não tem a capacidade de pensar, o seu cérebro foi contaminado com o vírus da burrice.

— Aberrações merecem morrer.

— Estava esperando por essa ordem — senti o meu corpo todo esquentar e não demorou muito para alguns soldados caírem de joelhos.

Escutei o Hugo resmungar pedindo ajuda para a Melione, eles não estavam conseguindo segurar o Erdem e antes que tudo saísse do meu controle toco nos Ates em meu pescoço e imediatamente o Ates branco pula em cima do Erdem o imobilizando.

A Segunda Chance do AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora