A Segunda Chance do Alfa

Capítulo 52 - Cheiro doce

***Erdem***

Quando escutei o chamado daquela licana não fiquei confiante, acreditei que estava, sim, invadindo o espaço das duas. O que me espantou é que a própria Melione tirou o Hugo da casa não sem antes apontar com a cabeça para a cozinha.

Dali consegui ouvir os sussurros das duas e em alguns momentos não entendi a conversa, mas fiquei preocupado com a Kenina, não sei mais o que a Luna ou a Alexia deve ter falado durante os seus encontros.

Isso explica a forma como ela vem me tratando e até mesmo tocando no assunto do meu passado, tudo isso sempre foi medo, não me aguentei ver ela chorando sozinha e mesmo correndo o risco de ela brigar muito comigo depois a levei ao nosso quarto após a pegar no colo.

Não me atrevi a soltar o seu corpo ainda mais quando ela me abraçou de volta enquanto ainda chorava, consigo entender o que ela sente, ela nunca teve apoio de ninguém e mesmo sendo um pouco perturbada elas eram amigas.

Como da outra vez o meu corpo foi relaxando ao perceber que ela dormia tranquilamente agarrada ao meu corpo que foi fácil dormir, mas a melhor parte era não ter pesadelos durante esse tempo, a respiração da Kenina contra a minha pele me acalmava de tal forma como ninguém nunca fez.

De qualquer forma preciso dar um jeito de provar para a Kenina que não tenho mais nada com a Alexia e principalmente não vou a escolher. Nunca estive tão certo de uma decisão como estou agora, a Alexia é passado e nunca vou negar o senti e vivi por ela, mas a minha vida agora é a Kenina.

"Cuidado com as suas escolhas licano" — a voz da Tiamate na minha cabeça me despertou pulando na cama, fiquei preocupado por te machucado a Kenina, mas ela não estava ali.

Já era a segunda vez que isso acontecia e sinceramente não sei o que esperar agora, mas o medo tomou conta do meu corpo e se ela sair novamente? Se alguém tocar nela ou a olhar torto...

Os meus pensamentos mudam o foco assim que senti aquele cheiro adocicado de leite e chocolate, mas ele não vinha da cozinha e sim do meu escritório, fiz questão de não fazer barulho, apenas segui o cheiro com os olhos fechados.

Estava ciente que a encontraria ali no sótão e isso me deixou feliz, quer dizer que ela gostou e se identificou com algo que eu fiz. Assim que abri os olhos, ela estava sentada apoiada na janela olhando para o horizonte enquanto tomava aquela bebida doce.

— Não sei se gosta, mas de qualquer forma para você também — a sua voz era baixa e estava fugindo do meu olhar.

— Vou adorar beber com você — ela me olhou com uma sobrancelha erguida, mas assim que tomei um gole ela não aguentou e começou a rir baixo.

— Deixa de ser mentiroso, você odeia leite com chocolate — ela toma a caneca da minha mão enquanto ainda sorria e por alguns segundos fiquei perdido no tempo a olhando — Não me olha assim, Erdem.

— Como?

— A Lana me avisou que o seu café é sempre sem açúcar já que não gosta muito de doces — o seu olhar se encontra com o meu e a minha vontade é apenas beijar aquela boca-doce — Está me olhando daquele jeito.

— Que jeito Kenina? — acabei engolindo junto com ela, mesmo que na minha boca não tenha nada.

— Como se eu fosse a melhor pessoa...

— Você é a minha... — seguro as suas mãos e isso a fez cair sobre mim, até perdi as palavras quando o seu rosto de aproximou.

Os meus olhos descem até os seus lábios e quando retornou percebi que ela me olhava também, tenho noção que preciso ser cauteloso e paciente com ela, mas fica complicado quando ela está por cima do meu corpo.