A Segunda Chance do Alfa

Capitulo 4 - Fogo, dor e água

***Kenina***

Gritos e mais gritos... É a única coisa que consigo escutar, mas eram gritos aflitos, de dor e também de ataque. Olho ao redor para tentar o que estava acontecendo e percebo que estou em meio a uma guerra.

Um ataque seria a palavra correta, mas eu não conhecia aquelas criaturas, mas foi impossível não me preocupar com eles. O que chamou a minha atenção é que eles só estavam gritando e correndo, mas não eram atacados e acabei me assustando com uma criatura muito alta completamente envolta em uma armadura.

— Estão nos fazendo de idiotas, ela logo vai dar à luz e precisamos dar um jeito de impedir — outro que logo se aproximou apenas concordou com a cabeça.

Os dois começam a correr para o meio da floresta onde mais casas pequenas estavam fechando as portas e janelas. A minha visão encontrou uma linda criatura que apenas acompanhava com ao longe.

Não demora muito ela corre na direção oposto onde eles foram, como nunca tive muito juízo corri atrás dela e cheguei não acreditar quando ela entrou em uma enorme cachoeira, a procurei por todos os lados, mas ela não estava mais ali, a única opção era atravessar a água.

— Você se arriscou muito vindo se esconder justamente nas águas — a mesma que eu persegui estava abaixada contra uma mulher grávida e pelas suas caretas estava com muita dor.

— Ele virá, preciso que mantenha os guardiões longe daqui.

— Já estamos cuidando disso, eles estão perdidos em meio ao caos que causamos, por tudo que é sagrado Ke como pode ter feito...

— Eu o amo e também sei que ele me ama.

Logo um corpo completamente coberto de armadura passa pelo meu indo até a mulher grávida, ele era um dos guardiões que estavam a poucos procurando a mulher, mas ele pelo jeito era diferente, tanta pelas gravuras em sua armadura e pelo seu comportamento já que ele deu um beijo apaixonado na mulher grávida.

— Pode ir, prometo que vou cuidar muito bem das minhas preciosidades — a voz dele era grossa e sua presença era muito forte, mas não senti medo dele.

— Eles só vão desistir quando...

— Eu sei, exatamente por isso que quero cuidar da minha amada — mesmo contrariada, ela acaba confirmando com a cabeça saindo dali e deixando os dois sozinhos.

As dores dela começam a piorar, mas ela faz de tudo para não demonstrar. A conversa e os toques dos dois são calmos e a sensação que tenho é que eles já se conhecem há muito tempo.

— Não deveria ter vindo aqui, as águas sempre vão te enfraquecer.

— Aqui é o último lugar onde se procura por uma fada do fogo — acabei me aproximando dos dois e percebo que ela está ficando com os lábios roxos.

Acabei me desesperando, pois fogo e água certamente não daria certo, o que eles estavam fazendo ali? Por que estavam fugindo? Era tão grave assim?

Tento sair da caverna, mas o grito dela acabou me fazendo retornar. Ela entrou em trabalho de parto, aquelas dores só poderiam ser causadas por isso, mesmo não tendo experiencia própria com isso, já vi escondido como os partos acontecem.

— O que foi decidido? — mesmo com a voz fraca, ela não se entregava, estava nítido que isso não terminaria muito bem.

— Tivemos uma audiência hoje logo que o sol amanheceu e...

— Eles não nos aceitam — ela completou a frase dele que apenas confirma com a cabeça enquanto algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto.

— Nunca vou me separar de vocês e também não vou permitir que ninguém a toque.