Capítulo 19 - Alev

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***Kenina***

Alguém me pegou no colo e rosnando saiu do quarto enquanto reclamava que estava sangrando muito, isso eu já sabia o ferimento no meu quadril associado com a dor da rejeição estava me fazendo quase perder a consciência.

— Aguenta mais um pouco minha menina, entrei em pânico com o seu grito e invadi tudo, me perdoe por esperar tanto para aparecer — era o Babasi, aquela voz só poderia ser dele e sem contar que ninguém teria coragem de enfrentar o atual líder sem ser o próprio pai.

Não estávamos na casa, ou pelo menos não na ala principal. Sempre morei na parte principal, mas sei que existe uma casa secundária com acesso a principal, para os pais do Alfa, ou seja, o Babasi precisou se mudar assim que passou a liderança para o Keenam.

Consegui perceber que ele estava em dúvida se corria comigo ou se andava devagar pela minha dor, mas a perca de sangue era muito grande, então apenas pedi para ele correr que aguentaria a dor.

Mentira eu não estava aguentando e assim que o escutei pedindo ajuda para alguém, perdi a consciência apagando ainda em seus braços, sinceramente não acredito que alguém nesta alcateia consiga me salvar ou até mesmo queira me salvar.

Tudo estava muito escuro e logo me vejo em um quarto a qual nunca vi antes, o cheiro me era familiar, mas, ao mesmo tempo, tenho certeza que nunca senti ele presencialmente e foi quando eu o vi se aproximando da cama com certo receio.

— Você... — a minha voz era apenas um sussurro, mas pelo jeito ele ouviu, pois deu mais alguns passos — Eu pensei que fosse me buscar.

Não conseguia ver o seu rosto pela iluminação do quarto, mas algo estava diferente, era como se ele fosse mais alto e não estivesse tão musculoso como da última vez que o vi, mas ainda, sim, não me parecia ser uma pessoa estranha.

Com a minha fala ele acaba dando passos para se afastar e no desespero me levanto tentando correr atrás dele, mas a dor volta com tudo me fazendo gritar e isso parou os seus passos, eu tentei o chamar, tentei dizer que não teria problema e que se a morte me levar eu ainda, sim, ficaria bem.

Estava com os olhos fechados, vendo tentando controlar a dor para dizer tudo isso para ele, mas consegui apenas gemer de dor quando me pegou no colo. Pelo menos ele voltou para mim e vou ter a chance de me despedir.

— Eu... — quando abro os olhos, percebo que não era aquela criatura, não era o mesmo homem que prometeu vir me buscar, isso me deixa em desespero — Me solta...

— Shiii, não se mexa tanto — ele parecia muito preocupado com o meu ferimento e, ao mesmo tempo, tentava me manter imobilizada já que estava esperneando para ele se afastar — Você pode não me conhecer, mas consegue me reconhecer agora, por favor minha filha me deixe te ajudar.

Ele tinha razão, a minha mente não o conhecia, mas algo dentro de mim gritava que posso confiar nele, mas quando ele falou filha fiquei com medo, não quero outro louco me chamando de filha e depois me olhando como não deve.

Como se estivesse escutando os meus pensamentos, ele me olhou de forma tão intensa que fiquei paralisada, a pele dele era tão clara como a minha e os nossos rostos eram parecidos assim como os nossos cabelos.

A diferença era que os dele eram um pouco avermelhado e os seus olhos pareciam em chamas, como se queimassem eternamente, acabei reconhecendo aquele fogo, afinal já fiquei admirando por horas esses pequenos fios de fogo que começaram a surgir nos meus olhos.

— Como eu queria ainda estar vivo para matar o cretino que fez isso com você — a sua voz era apenas um sussurro e tive a impressão que ele não falava comigo e sim estava pensando alto.

A Segunda Chance do AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora