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Era uma noite tranquila, e o clima estava perfeito para um encontro entre mim e Sheilla. Havíamos nos conhecido através de amigos em comum e, desde então, houve uma conexão instantânea. Apesar da diferença de idade — ela tinha 41 anos, enquanto eu tinha 28 — a química entre nós era inegável. Mas, por trás desse brilho, havia uma resistência que pairava no ar, como uma nuvem que não conseguia se dissipar.
Nos encontrávamos em um café aconchegante, longe dos olhares curiosos. Sentadas em uma mesa no canto, as luzes íntimas criavam uma atmosfera acolhedora que parecia nos proteger. Sheilla estava linda, com seu cabelo solto e um sorriso que me deixava hipnotizada. Mas ao mesmo tempo, havia uma sombra em seu olhar. A insegurança e a preocupação sobre o que os outros iriam pensar estavam sempre presentes.
“E se alguém nos vir?” disse ela em um sussurro, olhando ao redor. “Você sabe como as pessoas costumam ser.”
Eu a olhei nos olhos e vi um misto de receio e desejo. “Sheilla, isso é só nosso. Não precisamos nos preocupar com o que os outros pensam,” argumentei, tentando convencê-la. Eu a admirava imensamente; sua confiança e sabedoria me atraíam, mas não podia ignorar a resistência dela.
“Eu sei, mas a diferença de idade me impede de esquecer que muitas pessoas não entenderiam. E eu não quero que você sofra por causa disso,” ela respondeu, com a voz carregada de preocupação.
Depois de algumas horas, decidimos nos afastar do café, optando por um lugar mais isolado. Fomos até um parque próximo, onde as árvores proporcionavam um abrigo natural. Logo, encontramos um banco afastado que nos oferecia privacidade e um pouco de frescor da brisa noturna.
Enquanto estávamos ali, a tensão de não saber como as coisas poderiam evoluir entre nós ficou palpável. Olhei para Sheilla, contemplando seu rosto e as pequenas marcas do tempo que contavam histórias das vidas que levamos. “Eu não me importo com a diferença de idade. O que importa é o que sentimos uma pela outra,” declarei, pegando suavemente sua mão.
Ela hesitou, mas logo entrelaçou os dedos nos meus, sentindo a conexão que existia entre nós. “Às vezes, medo é mais forte que a razão. Eu só não quero fazer você passar por algo complicado,” disse ela, uma expressão de vulnerabilidade em seu olhar.
Inspirei fundo, quase como uma forma de coragem. “O que é complicado, Sheilla? O que temos é real, e não precisamos esconder isso. Podemos encontrar uma maneira de ser felizes, mesmo que seja com pequenos passos.” A paixão por ela fervilhava dentro de mim, e eu queria que ela visse isso.
Nós ficamos ali, lado a lado, imersas em nossos pensamentos e sentimentos. Momentos de carinho foram substituídos por sussurros e risadas nervosas, enquanto a tensão parecia se dissolver lentamente. O desejo estava à flor da pele, mas era sempre temperado pelo medo do que poderia acontecer se decidíssemos avançar.
Finalmente, nos inclinamos uma para a outra. Nossos lábios se encontraram em um beijo suave e hesitante, como se estivéssemos experimentando algo proibido. O mundo ao redor parecia desaparecer, e por alguns instantes, só existíamos eu e ela. Mas mesmo quando nossos corações batiam em sintonia, a realidade de nossa situação nos trazia de volta.
Depois de um tempo, separamo-nos, e vi um misto de felicidade e preocupação em seu olhar. “Nós precisamos ser cautelosas,” ela disse, quase como uma súplica. A resistência estava lá, mas a conexão que vínhamos construindo, mesmo nas sombras, tornava tudo mais fácil de lidar.
“Eu entendo, e vou respeitar seu tempo. Mas saiba que não pretendo desistir de nós,” respondi, com um sorriso esperançoso. As palavras deixaram claro que, mesmo escondidas, o que sentíamos não era algo trivial.