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Eu estava terminando de vestir Luna com o uniforme quando ela, agitada como sempre, começou a puxar a camiseta que tinha o nome da Rosamaria nas costas. O sorriso dela era a coisa mais adorável.
"Mommy vai me ver, mamãe?" ela perguntou, com os olhos brilhando de empolgação.
"Vai sim, meu amor. E ela vai adorar ver você com a camiseta dela!", respondi, ajeitando o cabelo dela em um rabo de cavalo. "Agora, que tal ajudar a mamãe a escolher a minha blusa? Qual das camisetas da mommy eu devo usar?"
Luna olhou para as opções que eu tinha separado, suas mãozinhas curiosas tocando o tecido. "Essa! Essa!" Ela apontou para a blusa com o nome de Rosamaria em letras grandes e o número 7 nas costas.
"Boa escolha, pequena", falei, pegando a camiseta e colocando-a. "Agora estamos prontas, vamos ver a mommy brilhar!"
Assim que saímos de casa, Luna ficou eufórica, apontando para tudo pela janela do carro, mas o que mais a empolgava era o fato de que iria ver sua mãe jogar de perto pela primeira vez. No fundo, eu também estava ansiosa. Esse seria o primeiro jogo em que estaríamos lá, visíveis para todos, com Luna usando o uniforme da Rosamaria. As pessoas sempre souberam que Rosa era intersexual, mas ninguém sabia que éramos casadas ou que tínhamos uma filha.
"Você está pronta para conhecer um monte de fãs da mommy?", perguntei, dando uma piscadela para Luna enquanto estacionávamos.
"Pronta!", ela disse, com o punho fechado de excitação.
Assim que entramos no Maracanãzinho, era impossível não notar os olhares curiosos. As pessoas nos reconheciam por causa de Luna, já que ela era uma cópia exata de Rosamaria. Alguns cochichos começaram a surgir, mas nada que tirasse minha concentração. Eu só queria ver minha esposa em quadra e ver o orgulho no rosto de Luna quando a visse jogando.
"Vamos sentar aqui, perto da quadra", falei, colocando Luna no meu colo enquanto nos acomodávamos nas cadeiras.
Poucos minutos depois, a equipe brasileira entrou para o aquecimento. Os olhos de Luna brilharam quando ela avistou Rosamaria. "Mamãe, mamãe! A mommy!" ela gritou, balançando os braços no ar.
Rosamaria nos viu de longe e deu um pequeno sorriso, tentando manter a concentração no aquecimento, mas eu sabia que ela estava tão feliz quanto nós.
"Olha só, Luna, a mommy está acenando para você", disse, apontando para Rosa.
"Mommy vai ganhar!" Luna falou cheia de convicção, os olhos fixos na mãe.
"Vai sim, meu amor. Ela sempre ganha, porque ela tem a melhor torcida do mundo." Eu a abracei com força, aproveitando o momento.
O jogo começou e Luna não desgrudava os olhos da quadra. Ela ficava apontando toda vez que Rosamaria tocava na bola, batendo palmas e dando gritinhos de empolgação. Eu sorria ao ver o quanto ela estava encantada. Era a primeira vez que nossa filha estava assistindo Rosamaria jogar ao vivo, e eu sabia que esse momento ficaria marcado para sempre.
"Vai, mommy! Ganha!" Luna gritava toda vez que o Brasil pontuava, e as pessoas ao nosso redor olhavam com curiosidade. Alguns fãs começaram a notar a semelhança entre Luna e Rosamaria, e os sussurros aumentaram.
"Essa menina... ela não parece a Rosa?"
"Ela é a cara da Rosamaria, você viu?"
Eu não podia evitar sorrir ao ouvir os comentários. As pessoas finalmente estavam percebendo.