Carolana - part 2

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Pov de Bruna on:

Ver minha amiga S/N tão feliz com Carol me enche de uma felicidade que nem consigo explicar direito. É engraçado como as coisas acontecem, sabe? A gente saiu só para assistir a um jogo, e de repente ela está namorando a mulher que mais admirava no vôlei. E Carol é incrível, super aberta e carinhosa, então dá para ver o quanto elas combinam. Eu fico realmente feliz por elas. Parece que S/N encontrou alguém que realmente a entende e faz ela se sentir especial.

Mas, ao mesmo tempo que estou tão contente por elas, não posso evitar me sentir confusa com tudo que vem acontecendo comigo e a Gabi. Desde o almoço que fizemos, quando Carol trouxe a Gabi junto, comecei a perceber que, talvez, Gabi também esteja interessada em mim. Quer dizer, é só impressão, né? Ela foi super atenciosa e até me provocou um pouco durante a conversa, mas como vou ter certeza? E mais importante, como vou agir se for verdade?

A questão é que eu sou péssima com isso. Minha timidez sempre me atrapalha. Toda vez que fico perto da Gabi, eu travo. Ela é a capitã da seleção, uma mulher cheia de presença e energia. Eu a admiro demais, não só pela jogadora que ela é, mas também pela pessoa incrível que parece ser. Eu só não sei como lidar com esses sentimentos.

Tem vezes em que ela olha para mim de um jeito que faz meu coração disparar, e eu fico pensando: "Será que ela está interessada ou só está sendo simpática?" Mas aí, quando ela dá um sorriso ou me provoca de leve, eu fico paralisada, sem saber o que dizer ou fazer. A S/N já me aconselhou várias vezes a ser mais aberta, a demonstrar o que eu sinto, mas é tão difícil. Eu não sei como ser tão confiante quanto ela.

Na última vez que nos encontramos, Gabi me chamou para sentar ao lado dela e começamos a conversar. Ela foi tão gentil e parecia realmente interessada no que eu tinha a dizer. Eu ri das piadas dela, e, por um segundo, até me esqueci do quanto estava nervosa. Mas quando ela colocou a mão no meu ombro e olhou nos meus olhos por um instante mais longo do que o normal, todo meu nervosismo voltou.

Fico pensando no que Gabi pode estar sentindo. Será que ela só quer ser minha amiga, ou tem algo mais? Será que sou eu que estou lendo os sinais de forma errada por causa da minha timidez?

Enquanto vejo S/N e Carol indo tão bem, isso só me faz querer ser mais corajosa. Eu quero descobrir o que Gabi sente, e o que eu realmente quero também. S/N me disse que eu preciso parar de esconder o que sinto, e ela está certa. Mas como eu faço isso quando, toda vez que estou perto da Gabi, parece que minha língua dá um nó?

Talvez eu só precise arriscar mais, ser honesta, mesmo que minha timidez me deixe desconfortável. Se eu nunca tentar, vou passar a vida me perguntando "e se?". E eu não quero viver assim.

Nos últimos dias, a presença constante desse pensamento não me deixava em paz: eu precisava agir. Ver S/N e Carol tão felizes só me fez perceber o quanto eu estava estagnada nos meus próprios medos. Elas se jogaram de cabeça, se abriram, e agora estavam vivendo algo incrível. E eu? Continuava ali, presa na minha timidez, sem saber se deveria dar o próximo passo ou simplesmente deixar as coisas como estão.

Mas não dava mais para ignorar os sinais. Toda vez que eu encontrava Gabi, a tensão no ar era palpável. Ela era sempre tão atenciosa comigo, sempre disposta a me ouvir, a rir das minhas piadas — por mais bobas que fossem. Era como se estivéssemos criando nossa própria bolha, um espaço só nosso, mas eu não sabia o que fazer com isso.

S/N, sempre direta, percebeu o que estava acontecendo. Ela veio falar comigo naquela manhã, antes de sairmos para almoçar com Carol e Gabi de novo. Ela se aproximou, me deu um olhar cúmplice e sorriu.

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