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Estávamos na cama, deitados lado a lado, e eu não conseguia tirar um pensamento da cabeça. Olhei para Pri, que mexia distraída no celular, provavelmente respondendo mensagens ou checando algo nas redes sociais. Aquilo sempre me deixava um pouco incomodada, mas tentei afastar o sentimento, afinal, não era nada demais.
— Pri... — comecei, chamando a atenção dela.
Ela virou o rosto para mim, seus olhos doces e curiosos.
— O que foi, amor? — perguntou, desligando a tela do celular e me dando sua total atenção.
Suspirei, tentando encontrar as palavras certas para expressar o que eu estava sentindo.
— Eu... Não é fácil para mim ver tantas pessoas dando em cima de você o tempo todo. Sei que você não faz nada para incentivar isso, mas... — Eu hesitei, buscando coragem para continuar. — Não consigo evitar me sentir desconfortável com essas coisas. Todo mundo sabe que você está casada, mas parece que não se importam. E eles nem sequer imaginam que já estamos juntas há tanto tempo, desde antes do casamento.
Pri franziu a testa ligeiramente, claramente preocupada com o que eu estava dizendo.
— Amor, eu entendo como isso pode te afetar — disse ela suavemente, estendendo a mão para segurar a minha. — Mas você sabe que eu só tenho olhos para você, certo? Essas pessoas... Elas não significam nada para mim, são só fãs. Você é a única que importa.
Eu apertei a mão dela, apreciando seu esforço para me confortar, mas ainda sentia aquele incômodo persistente.
— Eu sei, Pri. E confio em você. É só que... Às vezes, parece que as pessoas não respeitam o que temos, sabe? E isso me machuca, porque te amo tanto.
Pri suspirou, seus olhos revelando um misto de compreensão e tristeza.
— Eu não quero que você se sinta assim — disse ela, apertando minha mão com mais força. — Talvez a gente possa ser mais aberta sobre nosso relacionamento nas redes. Mostrar para essas pessoas o quanto somos felizes juntas. Pode ser que isso faça com que respeitem mais a nossa relação.
— Pode ser uma boa ideia... — murmurei, pensando sobre o assunto. — Mas você não acha que seria invasivo? Quer dizer, sempre fomos discretas sobre a nossa vida pessoal.
Pri sorriu suavemente e inclinou-se para me dar um beijo na testa.
— Não precisamos expor tudo, mas podemos mostrar um pouco mais, sem perder a nossa privacidade. O importante é que você se sinta segura e feliz. E se isso ajudar, estou disposta a tentar.
Me senti aquecida por dentro ao ouvir suas palavras. Pri sempre soube como me acalmar e trazer conforto, mesmo nos momentos em que eu me sentia mais insegura.
— Obrigada, meu amor. — Sorri para ela, me sentindo um pouco mais aliviada. — Eu sei que às vezes fico paranoica, mas é só porque você significa o mundo para mim.
Ela riu suavemente e se aproximou mais, me envolvendo em um abraço caloroso.
— E você significa o mundo para mim também. Vamos enfrentar isso juntas, como sempre fizemos.
Nos aninhamos na cama, e por um momento, tudo parecia perfeito. As preocupações ainda estavam lá, mas com Pri ao meu lado, eu sabia que poderíamos enfrentar qualquer coisa.
Na manhã seguinte, acordei com o cheiro do café fresco invadindo o quarto. Abri os olhos lentamente e encontrei Pri já levantada, colocando a bandeja de café da manhã na mesinha ao lado da cama. Ela percebeu que eu estava acordada e sorriu, aquele sorriso que sempre fazia meu coração derreter.
