Laura Kudiess

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Era 31 de março de 2020 quando tudo parecia calmo em casa. Enquanto navegava pelas notícias relacionadas ao vôlei, uma entrevista chamou minha atenção. Era a central do Itambé Minas, Laura Kudiess, que com apenas 19 anos, anunciava sua aposentadoria precoce. O título da matéria ressoava em minha mente; algo em mim se animou, e eu cliquei para assistir.

Na tela, a beleza de Laura era inegável. Seus cabelos castanhos caíam suavemente sobre os ombros e seu sorriso iluminava a tela. Enquanto a ouvía falar, uma mistura de admiração e melancolia se formou em meu coração.

Laura começou a explicar: "Acredito que passei por muitas experiências nesses últimos anos, por mais que tenha apenas 19 anos. Seleção, adulto, base... foi um crescimento muito rápido e um desafio que me trouxe uma bagagem significativa. Sinto que alcancei grande parte dos meus objetivos. Porém, percebi que esse era o momento de focar em algumas das minhas metas pessoais e chegou a hora de fazer uma escolha."

As palavras dela ressoavam em mim. Eu entendia a pressão de ser atleta, as expectativas e o peso que isso trazia. Finalizou, "Fiz um ano de administração no Ibmec e vou continuar o curso. Agora quero terminar minha faculdade, estar ao lado da minha família e seguir uma nova carreira empresarial."

Naquele momento, uma onda de sentimentos atravessou meu ser. Eu me apaixonei pela história dela, pela determinação e pela força que emanava. No entanto, uma triste realidade se instalou na minha mente: nunca a veria pessoalmente. Ela era uma estrela distante, e eu, uma jogadora de vôlei do minas-sub 17 - irmã da famosa Carolana, como todos a conheciam. As chances de cruzarmos nossos caminhos eram mínimas.

Senti um misto de tristeza e inspiração. Laura Kudiess estava seguindo seus sonhos, e eu admirava isso. Mas ao mesmo tempo, a ideia de nunca poder conhecê-la pessoalmente, de nunca ter a chance de compartilhar experiências com alguém tão admirável, era um peso em meu coração.

Terminei de assistir à entrevista com um sorriso triste nos lábios. No fundo, sabia que nossa trajetória como atletas e mulheres poderia se cruzar em algum momento, mas, por enquanto, apenas poderia sonhar com isso. A paixão pela modalidade de voleibol pulsava em mim, e enquanto a carreira de Laura se direcionava em uma nova direção, eu desejava que as nossas histórias se entrelaçassem de alguma forma.

Fui para a quadra depois da entrevista, com uma determinação renovada. O vôlei era a minha vida, eu queria ser como minha irmã, e eu continuaria lutando pelos meus próprios objetivos, na esperança de que um dia nossas trajetórias se cruzassem, permitindo que eu conhecesse a linda jogadora que me inspirou tanto.

Desde aquela entrevista se passaram 4 anos, e minha rotina no Minas Tênis Clube continuava intensa. Treinos, jogos e competições eram a essência da minha vida como jogadora de vôlei. Com 21 anos e 1,85 de altura, eu me sentia confiante na quadra, jogando como central e contribuindo para o sucesso do time. Mas em meio a esse frenesi, uma paixão persistente por Laura Kudiess ainda pulsava em meu coração. Era um sentimento que, por mais que eu tentasse ignorar, se recusava a desaparecer.

Então, tudo mudou radicalmente em um dia que parecia comum. Durante uma reunião da equipe, a diretora técnica entrou com uma novidade: apresentando a nova contratada, Julia Kudiess, irmã da minha grande paixão. Meu coração disparou. Como seria possível que alguém tão especial estivesse prestes a fazer parte do meu dia a dia? A excitação misturada à insegurança era palpável.

Quando Julia entrou na sala, não pude deixar de notar a semelhança com Laura. Ela tinha o mesmo sorriso radiante e a mesma energia vibrante que sempre admirei na irmã. A apresentação foi calorosa, e logo me vi me aproximando dela. Conversas sobre o time e experiências prévias logo se transformaram em uma forte amizade. Julia era extrovertida e carismática, e sempre encontrava um jeito de fazer todos se sentirem à vontade. Em pouco tempo, nos tornamos melhores amigas.

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