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Você estava em casa, tentando abafar os soluços enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Mais uma briga com Alan havia acontecido, e você se sentia completamente desgastada, emocionalmente exausta. O relacionamento com ele era sufocante, cheio de controle e manipulação, mas você ainda não conseguia encontrar a força para sair dessa situação.
Enquanto se afundava em pensamentos, o celular vibrou ao seu lado. Era uma mensagem de Amanda, sua amiga.
— Oi, amiga. Eu sei que você não está bem, mas que tal sair um pouco? Vem comigo assistir ao jogo da seleção de vôlei. Pode ser bom para você.
Hesitante, você olhou para o espelho. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, mas a ideia de sair e tentar distrair a mente parecia tentadora. Depois de respirar fundo, você respondeu.
— Tudo bem, Amanda. Acho que preciso disso. Te encontro lá.
Você se arrumou rapidamente e logo estava a caminho do ginásio. Ao chegar, encontrou Amanda perto da entrada, já com os ingressos na mão. Ela sorriu ao te ver e deu um abraço apertado, como se tentasse transferir um pouco de sua energia positiva para você.
— Vamos, vai ser divertido! — ela disse, puxando você em direção aos assentos próximos à quadra.
O ginásio estava lotado, a energia no ar era contagiante, com torcedores animados e faixas coloridas por toda parte. Você tentou se envolver na atmosfera, se focando na quadra e tentando afastar os pensamentos de Alan.
Quando as jogadoras começaram a entrar em quadra, Amanda apontou algumas delas, mencionando nomes que você reconhecia de longe. Mas então, uma das jogadoras chamou sua atenção de uma forma diferente. Ela era alta, com uma presença marcante, e seus olhos verdes fixaram-se diretamente em você. Por um momento, parecia que o mundo ao redor havia parado.
— Quem é aquela? — você perguntou, tentando disfarçar o nervosismo na sua voz.
Amanda seguiu o seu olhar e riu.
— Ah, aquela é a minha prima, Rosamaria. Legal, né?
Você piscou, surpresa. A jogadora que não conseguia parar de te encarar era prima de Amanda? O desconforto misturado com fascinação percorreu o seu corpo. Rosamaria parecia uma força da natureza, e o fato de ela estar olhando para você com tanta intensidade era… inesperado.
— Ela... é incrível, — você murmurou, sentindo suas bochechas corarem.
Amanda sorriu de forma travessa.
— Talvez ela ache o mesmo de você, viu? — Ela brincou, mas havia algo em sua voz que sugeria que não era apenas uma piada.
Enquanto o jogo começava, você tentava focar na partida, mas sua mente estava dividida. Você sentia o olhar de Rosamaria sobre você de vez em quando, e não conseguia evitar de se perguntar o que exatamente ela estava pensando. Algo na maneira como ela te olhava era diferente, como se estivesse vendo além da superfície.
O jogo avançava, mas sua mente estava em outra frequência. E cada vez que Rosamaria fazia uma jogada, você se pegava sorrindo, como se, de alguma forma, estivesse torcendo mais por ela do que por qualquer outra jogadora em quadra.
Após o jogo, você notou que Rosamaria sempre parecia comemorar olhando em sua direção. Era difícil não se sentir especial com aquela atenção, especialmente de alguém tão imponente e talentosa.
Quando o jogo terminou, Amanda insistiu para que vocês fossem falar com Rosamaria. Com o coração batendo rápido, você a seguiu até a área reservada para as jogadoras. Assim que chegaram perto, Amanda sorriu para a prima e, com uma desculpa rápida, deixou vocês sozinhas.