Rayssa Leal

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O clima da festa estava eletrizante, e as risadas ecoavam pelo ambiente enquanto a música animada tocava ao fundo. Todos estavam envolvidos nas brincadeiras e, quando o jogo de “7 minutos no paraíso” foi proposto, a animação só aumentou. Quando chegou a vez de Rayssa, uma onda de expectativa tomou conta de mim. Ela era a garota mais linda da sala, com cabelos soltos que emolduravam seu rosto e um sorriso que iluminava qualquer ambiente.

Ao entrarmos no quarto, o silêncio tomou conta, e a ansiedade me deixou tímida. Acreditar que Rayssa, com toda a sua beleza, poderia se interessar por mim parecia um sonho distante, ainda mais com as fofocas sobre sua suposta heterossexualidade. Mas quando ela se aproximou, não consegui conter a expectativa.

Rayssa, com um olhar intenso e confiante, sentou-se na cama e me puxou para seu colo, fazendo meu coração acelerar. O toque dela era firme, mas ao mesmo tempo suave, e eu não pude evitar sorrir nervosamente. O momento parecia suspenso no tempo.

E então, com um gesto que me pegou de surpresa, ela inclinou-se e me beijou. Foi um beijo inesperado, carregado de uma mistura de sentimentos que eu não sabia que existiam. A doçura dos lábios dela contra os meus me fez esquecer do mundo lá fora. O quarto, antes abafado, agora estava repleto de uma energia vibrante que só nós duas podíamos sentir.

Em meio àquela confusão de emoções, percebi que, por aqueles minutos, não havia rótulos, apenas nós duas explorando o que aquele momento significava. O beijo se intensificou, e eu percebi que, mesmo que o mundo dissesse o contrário, havia algo especial entre nós. A festa e os risos pareciam distantes, e tudo o que importava era aquele instante de pura conexão.

Assim que o aviso de que os sete minutos haviam acabado ecoou pelo quarto, Rayssa se levantou rapidamente, como se quisesse apagar qualquer vestígio do que acabara de acontecer. Ela saiu sem olhar para trás, deixando-me sozinha em meio ao turbilhão de emoções. Senti meu coração despedaçar, e uma onda de insegurança tomou conta de mim. Como pude ser tão idiota a ponto de achar que alguém como Rayssa Leal poderia se interessar por mim?

O clima da festa já não me parecia mais divertido. O som das risadas e das músicas se transformou em um ruído distante, quase como um eco distante de um mundo que eu já não fazia parte. Fiquei sentada ali por mais uns 30 minutos, observando as pessoas ao meu redor, tentando forçar um sorriso, mas era em vão. Rayssa nem mesmo me olhava; parecia que o beijo que compartilhamos nunca tinha acontecido. A lembrança dos seus lábios ainda queimava em minha mente, mas a realidade era cruel.

A sensação de rejeição pesava como uma âncora em meu peito. A festa havia perdido todo o sentido, e a ideia de ficar mais um segundo ali me parecia insuportável. Levantei-me lentamente, minha mente ainda confusa e coração machucado. Não consegui me despedir de ninguém, sentindo que não teria forças para ouvir palavras de consolo ou perguntas sobre a minha interação com Rayssa.

Saí do local, caminhando em direção ao carro, as lágrimas começando a ameaçar escorregar pelo meu rosto. O frio da noite contrastava com a agitação que sentia dentro de mim. O que eu queria? Por que pensei que esse momento pudesse ser algo mais? A imagem de Rayssa, com seu sorriso e jeito encantador, me acompanhou enquanto dirigia para casa, e percebi que, embora aquele beijo tivesse sido real, ele não mudaria o que havia entre nós.

Assim que cheguei em casa, a realidade da situação começou a se instalar em minha mente. Como pude pensar que Rayssa realmente se interessaria por mim? Eu, com meus 18 anos e ela apenas com 16, era tão evidente que a diferença de idade e a sua popularidade a colocavam em um patamar diferente. Afinal, quem sou eu? Uma garota tímida e sem notoriedade, que nunca se destacou em lugar algum.

Entrei em casa e, ao ver minha mãe sentada no sofá assistindo TV, um leve sorriso se formou em meu rosto. Eu sabia que um simples beijo na bochecha dela poderia trazer um pouco de conforto. Ela retribuiu com um olhar amoroso, sem perceber a tempestade que eu estava enfrentando por dentro. Depois disso, me dirigi ao meu quarto, fechando a porta como se quisesse bloquear o mundo lá fora.

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