Rebeca Andrade

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Estava sentada em um restaurante aconchegante com minha amiga, tentando prestar atenção na conversa enquanto ela desabafava sobre mais uma decepção com seu marido. O relacionamento deles era tóxico, e eu já tinha avisado várias vezes que ela deveria sair dessa situação, mas ela parecia presa em um ciclo sem fim. Enquanto ela falava, eu tentava oferecer palavras de conforto e conselhos, mas minha mente começou a divagar.

De repente, uma voz suave e meiga me distraiu, e eu perdi o foco do que minha amiga estava dizendo. A voz era cativante, como se tivesse o poder de me puxar para outra realidade. Olhei de soslaio para tentar ver de onde vinha aquela voz, e vi uma mulher de perfil, rindo e conversando animadamente.

"Rebeca, você sempre sabe como animar o ambiente!", ouvi alguém dizer ao lado dela.

Então, esse era o nome dela: Rebeca. Rebeca continuava falando, sua voz preenchendo o ambiente de uma maneira que me fazia querer ouvir cada palavra, mesmo sem saber sobre o que ela estava falando.

Minha amiga continuava seu desabafo, mas minha mente estava dividida entre a preocupação com ela e a curiosidade sobre essa desconhecida que, de alguma forma, havia capturado toda a minha atenção.

Quando minha amiga fez uma pausa para beber seu café, eu aproveitei a chance e disfarcei um olhar na direção de Rebeca. Ela era ainda mais bonita do que a voz sugeria, com um sorriso que iluminava todo o seu rosto. Algo nela me fez querer saber mais, conhecer aquela pessoa que, sem saber, havia roubado minha atenção e talvez até meu coração.

Assim que eu lancei aquele olhar curioso na direção de Rebeca, a pessoa que estava com ela pareceu perceber. Eles trocaram algumas palavras, e antes que eu pudesse desviar o olhar, Rebeca virou a cabeça e me pegou olhando. Ela sorriu, um sorriso suave e gentil que parecia iluminar todo o ambiente ao nosso redor.

Senti meu rosto esquentar de imediato, ficando vermelho de vergonha. Tentei disfarçar, desviando o olhar rapidamente e fingindo que estava prestando atenção no meu café, mas já era tarde demais. Rebeca tinha visto, e ao perceber minha reação, seu sorriso se alargou ainda mais. Ela parecia achar graça na minha tentativa desajeitada de esconder o que havia acontecido.

Minha amiga, alheia a tudo isso, continuava falando sobre o relacionamento dela, mas eu estava presa naquele momento, com a sensação de que algo especial havia acabado de acontecer. Rebeca ainda sorria, e eu, mesmo envergonhada, não conseguia evitar uma pequena risada nervosa. Estava claro que, de alguma forma, uma conexão tinha sido feita, mesmo que eu ainda não soubesse como ou por quê.

Estava começando a ficar ansiosa com o horário do meu treino se aproximando, então me despedi rapidamente da minha amiga, prometendo que continuaríamos nossa conversa mais tarde. Saí do restaurante e fui para a calçada, onde a cidade estava em plena agitação de horário de pico. Eu tentava chamar um carro de aplicativo, mas nenhum aceitava a corrida. Frustrada, vi um táxi se aproximando e resolvi acenar para ele.

Antes que pudesse entrar no táxi, ouvi uma voz chamando meu nome. Fiquei paralisada por um segundo, aquela voz era inconfundível. Quando me virei, lá estava ela, a mesma menina da voz encantadora que tinha capturado minha atenção mais cedo. Rebeca.

Ela se aproximou com um sorriso e perguntou: "Você se importaria de dividir o táxi? Estou super atrasada para um compromisso e os aplicativos não estão colaborando."

Ainda meio distraída, mas sem conseguir negar, eu aceitei. "Claro, sem problema. Vamos juntas," respondi, tentando manter a calma.

Entramos no táxi e, de repente, o caos da cidade lá fora parecia menos importante. Estávamos lado a lado, e a presença dela me deixava nervosa de um jeito bom. O motorista perguntou para onde iríamos, e Rebeca mencionou um endereço que não era tão longe do meu destino.

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