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Eu olhava para o meu bebê no berço, ele estava com apenas oito meses, mas já mostrava tanto da personalidade da mãe. Léo, o nosso pequeno, parecia uma cópia em miniatura da Carol, com aqueles olhos que brilhavam de curiosidade e o jeitinho calmo que só ela tem.
Enquanto eu o observava dormir, as lembranças de Carol invadiram minha mente. Estava na Itália, cumprindo mais uma temporada de clubes. Eu e Léo viemos ao Brasil para visitar os parentes, afinal, muitos deles ainda não conheciam o nosso filho. Era estranho estar tão longe dela, mas eu sabia que era temporário.
Perdida nesses pensamentos, fui interrompida pelo toque do celular. Sorri ao ver o nome de Carol na tela e atendi na mesma hora.
— Oi, meu amor! — disse, sentindo a saudade apertar ainda mais.
— Oi, meu anjo. — A voz dela soava doce do outro lado da linha. — Como vocês estão? Estou morrendo de saudades de vocês dois.
— Estamos bem. Léo acabou de dormir, ele está cada vez mais parecido com você, sabia? Cada vez que olho para ele, vejo você.
Ela riu suavemente, e meu coração se aqueceu ao ouvir o som.
— Eu também sinto a sua falta, amor. — Continuei. — Tem sido bom estar aqui com a minha família, mas nada se compara a estar com você.
— Eu sei… — Carol suspirou. — Queria tanto estar aí com vocês. Não vejo a hora de abraçar vocês dois. Como ele está? Já começou a engatinhar?
— Sim! — respondi com um sorriso orgulhoso. — Ele está tão esperto, amor. Hoje mesmo, ele tentou seguir o Pippo pela sala, foi uma cena hilária.
Carol riu mais uma vez, e eu podia imaginar o brilho nos olhos dela.
— Ah, eu queria tanto ter visto isso… Mas logo estarei aí. Só mais algumas semanas, e essa temporada acaba.
— Estamos contando os dias. — Respondi, sentindo a mesma ansiedade. — Léo também sente sua falta, ele sempre olha para a porta, como se estivesse esperando você entrar a qualquer momento.
— Meu coração dói de saudades… — Ela admitiu, a voz ficando um pouco mais suave. — Mas fico feliz em saber que ele está cercado de tanto amor aí.
— Está sim, amor. Ele é muito amado, mas ninguém vai te substituir.
— Eu sei. — Ela disse, com um sorriso na voz. — E é assim que tem que ser.
Ficamos conversando por mais um tempo, falando sobre como estavam as coisas na Itália e sobre o que tínhamos feito no Brasil. Cada palavra trocada era uma forma de diminuir a distância, mesmo que por alguns minutos.
Quando finalmente desligamos, me senti um pouco mais próxima dela, como se aquela conversa tivesse acalmado a saudade que tanto me apertava. Olhei novamente para Léo, dormindo serenamente, e me permiti um sorriso. Em breve, estaríamos todos juntos novamente, e isso era tudo o que importava.
Eu estava na casa da minha sogra, dona Terezinha. Hoje ela praticamente me intimou a ficar aqui, e eu não pude negar, ainda bem. Ela sempre me tratou como uma filha, e estar aqui fazia eu me sentir em casa, mesmo com a ausência de Carol.
Dona Terezinha estava sentada na poltrona da sala, nos observando enquanto eu tentava ensinar Léo a falar "mamãe". Era divertido ver como ela ficava encantada com cada som que Léo emitia, como se estivesse assistindo ao espetáculo mais lindo do mundo.