Lucille Gicquel

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Me chamo S/N Montibeller, tenho 20 anos e sou irmã mais nova da jogadora de vôlei Rosamaria Montibeller. Cresci acompanhando cada conquista da minha irmã, vendo-a brilhar em quadra e sendo inspiração para milhares de pessoas. Para mim, ela sempre foi muito mais que uma atleta; ela é minha maior inspiração. Desde criança, sonhei em jogar ao lado dela na seleção brasileira. Lutei muito para isso, treinando incansavelmente e buscando melhorar a cada dia.

Rosamaria sempre esteve ao meu lado, me mimando quando precisava de carinho e dando aquelas broncas necessárias para que eu me tornasse uma jogadora melhor. Era o equilíbrio perfeito entre ser minha irmã mais velha e minha mentora. Quando a notícia de que eu havia sido convocada como titular da seleção brasileira saiu, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Eu consegui! Eu seria titular da seleção e jogaria como central, uma posição que me permite estar ao lado da minha irmã em quadra.

Mas a felicidade durou pouco. Percebi que, junto com a notícia da minha convocação, veio uma onda de ódio. O que mais me surpreendeu foi que não eram críticas comuns. A maior parte vinha da França, de torcedores da jogadora Lucille Gicquel. Ela não só fez comentários debochados sobre minha convocação, mas insinuou publicamente que eu só estava na seleção por influência da minha irmã.

Eu estava na sala, quando Rosamaria entrou, percebendo minha expressão abatida. Ela se sentou ao meu lado, puxando meu celular e vendo as mensagens desagradáveis nas minhas redes sociais.

S/N, não se deixe abalar por isso. Você sabe o quanto trabalhou para chegar aqui. Eles não conhecem sua jornada.

Eu sei, Rosa, mas dói ver essas pessoas me desmerecendo assim. E vindo dela... Lucille é uma jogadora incrível, por que ela está fazendo isso?

Rosamaria suspirou, segurando minhas mãos.

Lucille pode ser boa, mas está sendo insegura. Talvez ela sinta que você é uma ameaça, que sua presença vai ofuscar a dela. Não deixe isso te afetar. Mostre em quadra o que você sabe fazer.

Eu quero, mas... Eu tenho medo de falhar e provar que todos eles estão certos.

Rosamaria me puxou para um abraço, apertando forte.

Você não vai falhar. E mesmo que cometa erros, isso faz parte do jogo. O importante é como você se levanta depois. Eu estarei com você, sempre. Não deixe que esses haters te parem. Lembre-se por que você começou.

Sorri, ainda com os olhos marejados, mas senti uma força renovada. Eu não estava sozinha nessa. Iria mostrar para todos o meu valor.

Eu fui dormir sem olhar mais o celular, tentando desligar da confusão que estava acontecendo nas redes sociais. Mas assim que acordei na manhã seguinte, percebi que tinha uma enxurrada de notificações. Entrei para ver o que estava acontecendo e me deparei com uma grande confusão na internet. Os fãs da Rosa, que sempre me acompanharam, e os que já me seguiam pelo meu trabalho, tomaram minhas dores. Eles começaram a pegar erros da Lucille durante os jogos e fizeram vários edits que viralizaram rapidamente, gerando um burburinho imenso.

Eu não podia fazer nada a respeito. Afinal, foi ela que começou com isso.

Já estava em Saquarema há uma semana, treinando com minha irmã e o resto das meninas da seleção. Amanhã começariam os primeiros jogos da VNL, e eu me sentia preparada. Mas se engana quem pensa que Lucille havia parado com os comentários. Todos os dias, sem falta, ela encontrava uma nova maneira de me alfinetar, seja em entrevistas ou nas redes sociais. E o mais difícil era controlar minha irmã para que ela não entrasse de cabeça nessa briga.

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