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Depois de um dia cansativo de treino, tudo que eu queria era tomar um banho relaxante e esquecer por alguns minutos as cobranças e pressões do futebol. Fechei a porta do banheiro, liguei o chuveiro e deixei que a água quente escorresse pelo meu corpo, levando embora todo o cansaço acumulado.
Enquanto a água caía, comecei a ouvir um barulho familiar vindo da sala. Gabi e Rosamaria, as duas pessoas que eu mais amava, estavam se implicando como sempre. Era como se eu estivesse convivendo com duas crianças travessas, mas no fundo, isso era uma das coisas que eu mais adorava nelas. Thor e Nadal, nossos fiéis companheiros de quatro patas, estavam no meio da confusão, latindo e correndo de um lado para o outro, como se participassem da brincadeira.
Entre os latidos, consegui distinguir as vozes delas:
"Rosa, você sempre rouba o controle remoto! Dessa vez, é a minha vez de escolher o que assistir!", reclamou Gabi, com aquela voz levemente irritada, mas claramente brincalhona.
"Ah, Gabi, só porque você é mais baixa não significa que pode pular na frente!", Rosamaria respondeu, rindo, enquanto eu podia imaginar a cena delas disputando o controle como se fosse um troféu.
Não consegui evitar o sorriso que se formou nos meus lábios. Esse caos harmonioso era exatamente o que tornava nossa casa um lugar tão especial. Era um ambiente cheio de vida, amor e, claro, muitas risadas.
Terminei meu banho e me enxuguei rapidamente, ainda ouvindo os resmungos e risadas vindos da sala. Quando saí do banheiro, me deparei com Thor e Nadal correndo pelo corredor, e logo atrás deles, Gabi e Rosamaria, com os rostos corados de tanto rir.
"Ei, vocês duas, sabiam que eu posso ouvir tudo do banheiro?", falei, cruzando os braços e fingindo uma expressão séria, mas meu sorriso traía qualquer tentativa de parecer brava.
Elas pararam de correr e me olharam, as expressões de culpa misturadas com risos. Gabi foi a primeira a falar: "Desculpa, amor. É que a Rosa não colabora!"
"Não colaboro? Quem começou foi você!", Rosamaria retrucou, rindo ainda mais.
Suspirei, fingindo exasperação, mas no fundo, meu coração estava cheio de amor por essas duas mulheres incríveis que tornavam meus dias tão únicos.
"Acho que o Thor e o Nadal concordam comigo", disse, apontando para os cachorros, que agora estavam sentados, olhando para nós como se fossem juízes em um tribunal.
"Tá bom, tá bom. Hoje você escolhe o que assistir, Gabi", Rosamaria cedeu, ainda rindo.
"Isso! Vitória!", Gabi comemorou, pulando de alegria antes de me puxar para o sofá.
Me juntei a elas, sentindo a paz que só aquele caos harmonioso podia trazer. A mídia podia não saber da nossa relação completa, mas para mim, o que realmente importava era esse ambiente de amor e cumplicidade que construímos juntas.
O sol ainda nem havia nascido completamente quando o despertador tocou, indicando que era hora de levantar. Hoje era um dia importante, dia de jogo. Sabíamos que precisávamos acordar cedo para conseguir tomar café juntas e chegar a tempo no estádio.
Rosamaria foi a primeira a sair da cama, seguida por Gabi, que parecia ainda meio sonolenta. Eu fui a última a me levantar, aproveitando os últimos minutos de conforto sob as cobertas. Tomamos café juntas, como sempre fazíamos nos dias de jogo. A mesa estava cheia de risadas e conversas sobre as táticas e expectativas para a partida, mas no fundo, havia um peso silencioso que sempre carregávamos.