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S/N Santos, central do Praia Clube, estava no auge de sua carreira aos 30 anos, experiente e confiante dentro de quadra. Mas, ultimamente, seu coração estava em tumulto por um motivo que a pegou de surpresa: Luzia Nezzo, uma jovem jogadora do Barueri, havia capturado sua atenção de uma forma inesperada.
Nos treinos e nas partidas, S/N costumava ser o pilar de concentração e força de sua equipe, mas agora, cada vez que entrava em quadra contra o Barueri, sentia seu foco desviar. Luzia, com sua energia jovem e talento promissor, parecia brilhar cada vez mais, e S/N se via atraída por algo além de suas habilidades atléticas. Ela era carismática, cheia de vida, e seus sorrisos despretensiosos pareciam acender algo dentro de S/N que ela não conseguia ignorar.
Sua amiga e companheira de equipe, Carol Gattaz, sempre brincava com ela sobre isso. "A novinha fisgou seu coração, hein?", Carol dizia com um sorriso de quem sabia exatamente o que estava acontecendo. S/N, sempre discreta e reservada, tentava negar, rindo com nervosismo. "Ah, Carol, para com isso... Não é nada", ela respondia, mas no fundo sabia que não conseguia mais disfarçar.
Hoje, era dia de mais um confronto entre Praia Clube e Barueri, e S/N estava nervosa. Enquanto alongava no aquecimento, seus olhos não paravam de buscar Luzia do outro lado da rede. Cada movimento da garota era um lembrete de como ela havia se infiltrado em seus pensamentos. "Concentração, Santos", sussurrou para si mesma, tentando se focar no jogo. Mas era inútil. Luzia estava bem à sua frente na quadra, e S/N sabia que o jogo de hoje seria uma batalha muito mais interna do que externa.
O jogo começou, e a cada ataque ou bloqueio que S/N realizava, sentia o olhar de Luzia sobre ela. A jovem jogadora era rápida, ágil, e sempre parecia estar um passo à frente nos rallies. Quando as duas se encontraram na rede, olhos nos olhos por um breve momento antes do saque, o coração de S/N disparou. Era um jogo dentro do jogo, onde cada toque na bola e cada troca de olhares pareciam ter um peso maior do que deveriam.
As provocações e risadas de Carol ecoavam na cabeça de S/N, mas agora tudo o que ela conseguia pensar era em Luzia. "Eu estou realmente apaixonada?", pensou enquanto corria para mais uma jogada. O fato de Luzia estar jogando diretamente contra ela apenas intensificava o turbilhão de emoções.
No final do jogo, o Praia Clube venceu o Barueri, e enquanto as jogadoras trocavam cumprimentos, Luzia se aproximou de S/N, sorrindo de maneira tímida. "Bom jogo", disse a jovem, com o rosto levemente corado. S/N retribuiu o sorriso, sentindo-se quase adolescente novamente. "Você jogou muito bem", respondeu, e por um momento, o mundo pareceu parar ao redor delas.
Era apenas o início, mas S/N sabia que aquilo que sentia por Luzia era real, e talvez, sua amiga Carol estivesse certa o tempo todo. A novinha realmente havia fisgado seu coração.
Depois da partida, S/N foi para o vestiário junto com as companheiras do Praia. Enquanto tirava a camisa suada, tentando esfriar a cabeça após o jogo intenso, ela ainda pensava no rápido encontro com Luzia na quadra. "Bom jogo" ecoava em sua mente como se fosse algo mais significativo do que simples palavras de cortesia.
Enquanto terminava de se trocar, ouviu a porta do vestiário abrir e, para sua surpresa, era Luzia. A jovem entrou rindo e conversando com Macris, Gattaz e Maiara Basso, todas jogadoras com quem Luzia havia criado uma amizade na seleção. S/N ficou um pouco tensa, sentindo uma mistura de nervosismo e expectativa crescer no peito. Enquanto a conversa rolava solta entre Luzia e as outras, S/N tentava se manter focada em suas próprias coisas, mas seus olhos insistiam em desviar para a garota.
De canto de olho, S/N percebeu que Luzia, enquanto falava com Gattaz, parecia estar discretamente olhando para ela, mais precisamente, para seu corpo. Foi um olhar rápido, mas o suficiente para ser notado. Antes que S/N pudesse processar a situação, Carol Gattaz, com sua típica disposição para brincadeiras, não deixou passar a oportunidade.