Pri Daroit

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Estava malhando na academia do prédio, como de costume, no horário que sempre escolho para evitar a movimentação de outras pessoas. Gosto da tranquilidade e do foco que consigo manter quando estou sozinha. Sempre fui consciente da minha aparência e do meu corpo, que acaba atraindo olhares, e isso me deixa um pouco desconfortável em ambientes lotados. Por isso, sempre prefiro horários em que a academia está vazia.

Hoje, no entanto, assim que entrei, notei uma mulher que eu nunca tinha visto antes. Ela era deslumbrante, com cabelos loiros que brilhavam à luz suave da academia. Estava concentrada em sua rotina de exercícios, mas, no instante em que entrei, senti o olhar dela sobre mim. Ela me encarou por alguns segundos, antes de desviar os olhos, tentando disfarçar.

Fingi não perceber e segui com o meu treino, mas a sensação de ser observada não me abandonou. Cada vez que mudava de aparelho, podia sentir o olhar dela me acompanhando, discreto, mas inegável. Havia uma curiosidade nos olhos dela, talvez uma admiração, ou algo mais, que me deixava intrigada e, ao mesmo tempo, um pouco desconcertada.

Continuei com minha rotina, tentando manter a concentração, mas era difícil ignorar a presença dela. A cada movimento, a cada troca de aparelho, podia sentir os olhos dela me seguindo. E, apesar da situação inusitada, algo sobre a maneira como ela me observava não parecia invasivo, mas sim, carregado de um interesse genuíno, quase como se ela estivesse tentando reunir coragem para se aproximar.

Por fim, resolvi ignorar a situação e focar no treino, mas não pude deixar de notar o quanto ela era bonita e o quanto aquela interação silenciosa, feita de olhares, estava mudando a dinâmica do meu treino. A curiosidade começava a crescer dentro de mim, e me peguei imaginando se ela tomaria alguma iniciativa, ou se tudo ficaria apenas no jogo de olhares que estávamos trocando.

Terminei meu treino e, para minha surpresa, aquela mulher ainda estava lá. Ela parecia tão concentrada no treino quanto antes, mas eu podia sentir que o ambiente entre nós continuava carregado por aquela curiosidade silenciosa. Saí da academia sem olhar para trás, mas o pensamento sobre quem ela poderia ser ficou martelando na minha mente.

De volta ao meu apartamento, fui tomar um banho e me arrumar, pois tinha planos para assistir ao jogo de vôlei do Minas com um amigo. Tomei meu tempo na arrumação, escolhendo a roupa certa e me preparando para a noite. No entanto, quando olhei para o relógio, percebi que já estava atrasada.

Saí apressada, pegando minha bolsa e chave, e fui direto para o elevador. Enquanto esperava a porta se fechar, aquela mulher da academia voltou a ocupar meus pensamentos. Quem será ela? Será que morava no prédio ou era apenas uma visitante? Talvez eu a visse novamente.

Esses pensamentos me distraíram enquanto o elevador descia. O interesse que ela parecia ter em mim durante o treino era intrigante, e agora, com um pouco mais de tempo para pensar, fiquei curiosa sobre o que aquilo significava. O que estava claro é que ela havia deixado uma impressão, e por mais que eu estivesse a caminho de um jogo de vôlei, a imagem dela ainda pairava na minha mente.

Cheguei ao ginásio e, como esperado, meu amigo me deu uma bronca por estar atrasada — algo que parecia ser habitual para mim. Nós nos acomodamos em nossos lugares, e a atmosfera do ginásio, com suas luzes e a energia dos torcedores, começou a me envolver. Estava pronta para me concentrar no jogo, mas, assim que as jogadoras entraram em quadra, meu mundo parou por um instante.

Lá estava ela. A mesma mulher da academia, agora vestida com o uniforme do time de vôlei. Ela parecia ainda mais impressionante na quadra, seus movimentos cheios de graça e força. Meu olhar foi imediatamente atraído pelo nome na camisa: Pri Daroit. Agora eu sabia quem ela era.

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