Gabi Guimarães

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Meu nome é S/N, e sou jogadora de vôlei. Nasci e cresci no Brasil, mas hoje defendo as cores do Fenerbahçe, aqui na Turquia. Ocupo a posição de ponteira, e, embora já tenha enfrentado muitos desafios na minha carreira, o jogo de hoje tem um peso diferente.

Estamos prestes a enfrentar o Vakifbank, um dos times mais fortes do campeonato. Mas não é só isso que me preocupa. Do outro lado da quadra, estará minha namorada, Gabriela Guimarães, capitã e estrela do Vakif. Estamos juntas há três meses, mas nosso namoro é um segredo. Mantemos tudo em sigilo para evitar que a mídia atrapalhe o que construímos. Mas hoje... hoje será complicado.

Já estávamos na quadra, o ambiente carregado de tensão e expectativa. Enquanto me aquecia, lançava olhares discretos para o outro lado, onde Gabi estava. Ela parecia concentrada, séria, como sempre. Eu sabia da força dela em quadra, e, se eu fosse honesta comigo mesma, reconheceria que a probabilidade de meu time vencer era pequena.

"Tá nervosa?", a voz de Ana, uma das minhas companheiras de time, me trouxe de volta à realidade.

"Um pouco", admiti, forçando um sorriso. "Jogo importante, né?"

Ela riu, batendo de leve no meu ombro. "Você vai arrasar. Só não esquece de marcar a Gabi direitinho, hein?"

Soltei uma risada, mas por dentro sentia um nó no estômago. Marcar a Gabi. Eu a conheço tão bem dentro e fora de quadra que isso deveria ser fácil. Só que não era.

Enquanto o treinador passava as últimas instruções, eu tentava focar, mas minha mente teimava em vagar para Gabi. Será que ela estava tão nervosa quanto eu? Será que ela também estava pensando em mim?

O apito do árbitro soou, e as equipes se alinharam para o início do jogo. Encarei Gabi do outro lado da rede. Nossos olhares se cruzaram por um breve momento, e ela me deu um pequeno sorriso, aquele sorriso que sempre me derretia. Respirei fundo.

"Vamos lá, S/N", murmurei para mim mesma. "É só mais um jogo."

Mas sabia que não era. Sabia que este seria diferente de todos os outros.

O jogo começou, e, desde o primeiro toque na bola, dava para sentir a intensidade. Cada ponto disputado com ferocidade, cada defesa arrancando suspiros da torcida. Gabi estava, como sempre, incrível. Seus ataques eram potentes, suas defesas, precisas. Era impossível não admirar o talento dela, mesmo enquanto eu tentava bloquear suas jogadas.

Em um dos rallies mais intensos, ela disparou um ataque direto na minha direção. Consegui defendê-lo, mas o impacto fez minhas mãos arderem. Ela me lançou um olhar desafiador, e eu sorri de volta, sabendo que aquela troca silenciosa dizia mais do que mil palavras.

No intervalo, enquanto as equipes se reagrupavam, Ana veio até mim novamente.

"Você e a Gabi... Estão dando um show à parte, hein?", comentou, rindo.

"Ah, você sabe como é", tentei desconversar, tomando um gole d'água.

Ela ergueu uma sobrancelha, mas não disse mais nada. Ainda bem, porque eu não sabia o que mais poderia dizer.

Quando voltamos para a quadra, sabia que precisava dar o meu melhor. Não apenas pelo time, mas por mim mesma. Por nós. Se iríamos nos enfrentar, então eu queria que fosse uma batalha justa, uma partida que Gabi e eu lembraríamos por muito tempo.

E assim foi. Cada ponto era uma guerra. O jogo estava acirrado, e a pressão era palpável. No final, o Vakif levou a melhor, como eu já esperava. Mas não foi uma derrota amarga. Senti que havia dado tudo de mim, e Gabi também. Quando o jogo terminou, nos cumprimentamos como qualquer outra jogadora faria, mas a intensidade daquele aperto de mãos dizia muito mais.

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