Thaísa Daher

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Estava de folga e resolvi visitar minha mãe em seu trabalho. Ela é fisioterapeuta do time de vôlei do Minas, e sempre que tenho um tempinho, passo por lá para vê-la. Assim que entrei na sala de fisioterapia, percebi algumas jogadoras fazendo tratamento. O clima era tranquilo, mas minha atenção foi direto para minha mãe, que estava conversando e massageando o joelho da Thaísa.

"Oi, mãe!" — falei, enquanto me aproximava por trás dela, abraçando-a pelos ombros.

Ela se virou e sorriu. "Oi, filha! Que bom que você veio."

Thaísa, sentada na maca, levantou o olhar em minha direção, me analisando com um rosto sério. "Bom dia, Thaísa," cumprimentei com um aceno de cabeça, tentando manter a cordialidade.

"Bom dia," ela respondeu, seca, sem desviar o olhar.

Enquanto conversava com minha mãe, eu sentia os olhos de Thaísa em mim a todo momento. Era um olhar que eu não sabia como interpretar. Ela estava tão séria que aquilo começou a me incomodar. Talvez eu estivesse atrapalhando o tratamento? Não sei. Era estranho o modo como ela me encarava, como se estivesse desconfortável com a minha presença.

"Eu acho que vou embora, mãe. Não quero atrapalhar," comentei, tentando disfarçar o desconforto.

"Atrapalhar? Claro que não, filha! Fica mais um pouco, a gente já está terminando," ela insistiu, lançando-me um olhar carinhoso.

"É sério, mãe. Acho que vou dar uma volta no shopping, preciso resolver umas coisas," falei, já me afastando.

Minha mãe suspirou, mas não insistiu mais. "Tá bom, mas me manda mensagem depois, hein?"

Dei um beijo rápido em sua testa. "Pode deixar."

Enquanto saía, senti o olhar de Thaísa ainda em mim. Aquela expressão séria não mudou. Passei o resto do dia pensando naquilo, tentando entender se era apenas uma impressão minha ou se ela realmente não gostou da minha presença.

Horas depois, enquanto eu andava pelo shopping, uma notificação surgiu no meu celular. Era uma mensagem da minha mãe.

_"Filha, a Thaísa perguntou de você depois que saiu. Achei estranho, mas ela parecia curiosa... Será que ela te reconheceu de algum lugar?"_

Fiquei parada por um momento, processando aquela mensagem. Então era isso? Thaísa estava me observando o tempo todo porque estava tentando me reconhecer? Ou havia algo mais por trás daquele olhar?

Pov de Thaísa:

Estava na sala de fisioterapia, como de costume, tentando aliviar o incômodo no meu joelho. Dona Mari, a fisioterapeuta do Minas, sempre conseguia me deixar mais tranquila, mas naquele dia minha mente estava distante. Não era só o desconforto físico que me incomodava. Desde a primeira vez que vi a filha dela, a S/N, senti algo diferente, algo que me perturbava de um jeito que eu não conseguia explicar direito.

Eu a vi pela primeira vez há alguns meses, quando ela apareceu no clube para visitar a mãe. S/N parecia tão tranquila e à vontade, sempre sorridente e carinhosa com Dona Mari. Desde aquele dia, meu olhar sempre a procurava quando ela aparecia por lá, mas eu nunca soube como agir. Talvez fosse o meu jeito reservado, ou o medo de demonstrar interesse, afinal, ela é a filha da mulher que cuida de mim toda semana. E se isso complicasse as coisas?

Hoje, quando S/N entrou na sala, meu coração acelerou sem motivo aparente. Disfarcei, focando no tratamento, mas era impossível não notar cada movimento dela. Ela cumprimentou a mãe com aquele abraço carinhoso, e eu senti uma pontada de ciúme. Como queria estar no lugar de Dona Mari naquele momento, mesmo que fosse só para ter a chance de me aproximar mais de S/N.

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