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S/N Rodrigues, uma talentosa ginasta de raízes brasileiras e espanholas, havia escolhido o Brasil para representar desde que era criança. Treinando intensamente no Flamengo, S/N sempre se destacou pela sua disciplina e paixão pelo esporte. Durante as Olimpíadas em Paris, ela se aproximou bastante de suas colegas de equipe: Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa e Lorrane Oliveira, carinhosamente chamada de Lolo. Essas meninas se tornaram não apenas companheiras de treino, mas suas melhores amigas.
Na viagem de volta para o Brasil, após as intensas competições olímpicas, S/N estava sentada ao lado de Rebeca. A conexão entre elas era inegável, e, com o passar do tempo, S/N começou a perceber que seus sentimentos por Rebeca iam além da amizade. No entanto, ela sempre guardou esses sentimentos para si, temendo que qualquer demonstração pudesse abalar a relação que tanto prezava.
Enquanto o avião cortava o céu noturno, as duas conversavam sobre os momentos mais marcantes das Olimpíadas.
“Você lembra daquela final por equipes? Meu coração quase saiu pela boca!”, disse Rebeca, rindo.
S/N sorriu, sentindo o calor do riso de Rebeca aquecendo seu peito. “Como poderia esquecer? Eu estava mais nervosa torcendo por você do que nas minhas próprias provas!”
Rebeca soltou uma risada suave. “Você sempre foi a mais tranquila de todas nós. Mas eu sabia que você estava lá por mim.”
As duas se olharam, e um silêncio confortável se estabeleceu. Rebeca, visivelmente cansada, começou a piscar os olhos, tentando se manter acordada.
“Está cansada, Rebeca? Pode descansar um pouco se quiser”, sugeriu S/N, gentilmente.
Rebeca assentiu, deixando escapar um pequeno bocejo. “Acho que vou tirar um cochilo, mas... fica aqui comigo, tá?”
S/N sentiu o coração acelerar, mas manteve a calma. “Claro, estou aqui.”
Poucos minutos depois, Rebeca já estava adormecida, sua cabeça descansando no ombro de S/N, e a mão pousada suavemente sobre a coxa dela. S/N respirou fundo, sentindo a proximidade da amiga, seu coração batendo mais rápido do que o normal. Era uma mistura de nervosismo e serenidade que ela não conseguia explicar.
Observando o rosto tranquilo de Rebeca, S/N se permitiu um momento de contemplação. Não era só admiração ou carinho; havia algo mais profundo. Um sentimento que ela nunca tinha coragem de expressar. Mas naquele momento, com Rebeca tão próxima, tão vulnerável, S/N percebeu que, talvez, seus sentimentos não pudessem ser contidos por muito mais tempo.
Com um leve sorriso no rosto, S/N sussurrou para si mesma, quase sem perceber. “Eu sempre estarei aqui para você, Beca.”
O avião seguia seu curso, enquanto S/N permanecia acordada, velando o sono de Rebeca e se perguntando como seria o futuro delas, agora que seus sentimentos estavam cada vez mais à flor da pele.
S/N acabou sendo vencida pelo cansaço, adormecendo ao sentir o aconchego de Rebeca ao seu lado. O calor da amiga e a tranquilidade do momento a envolveram de tal maneira que ela nem percebeu quando mudou de posição, descansando a cabeça no ombro de Rebeca.
Ela só acordou com o anúncio de que o avião estava prestes a pousar. Lentamente, abriu os olhos, sentindo uma leve rigidez no pescoço. Quando se deu conta, estava com a cabeça apoiada no ombro de Rebeca, que já estava acordada e a observava com um olhar divertido.
S/N se levantou de imediato, ajeitando-se na cadeira e sentindo o rosto esquentar de vergonha.
"Desculpa, Beca, eu... não sei nem como parei aqui", disse S/N, tentando disfarçar o embaraço enquanto passava a mão pelo cabelo.