Carolana-Parte 2

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Desde a reveladora conversa com Gabi, Carolana começou a mudar sua abordagem com S/N. Decidiu que seria mais gentil e aberta, esperando que isso ajudasse a melhorar a dinâmica entre elas. Pequenos gestos de carinho se tornaram frequentes, e ela começou a usar apelidos carinhosos como "bebê" ou "princesa" para se dirigir a S/N, o que fazia o coração da garota acelerar a cada vez.

Cada treino, cada momento juntas, pareciam mais leves e agradáveis. Os atritos diminuíram, dando lugar a um companheirismo crescente. S/N notou a mudança e, embora surpresa, acolheu-a de coração aberto, sentindo-se cada dia mais próxima de Carolana.

Certa noite após um longo dia de jogos, onde a equipe havia se destacado, Carolana sentiu necessidade de refletir sobre tudo o que estava acontecendo. Decidiu caminhar um pouco pelo campus até chegar a um banquinho sob uma grande árvore, um de seus lugares favoritos para pensar. Estava tão imersa em seus pensamentos que não percebeu a aproximação de S/N.

"Oi, Carol," S/N disse suavemente, fazendo Carolana sobressaltar-se um pouco antes de sorrir ao reconhecê-la.

"Oi, princesa," respondeu Carolana com um sorriso acolhedor. "Quer se juntar a mim?"

S/N sorriu de volta e assentiu. "Claro," ela disse, sentando-se ao lado de Carolana. Houve um momento de silêncio confortável, onde o som das folhas ao vento e ocasionalmente, grilos, se tornava a trilha sonora ao redor delas.

Finalmente, Carolana falou, com um tom de voz ponderado. "Sabe, esses últimos dias me fizeram perceber muitas coisas. Sobre mim, sobre nós."

S/N olhou curiosa, o coração batendo mais rápido. "O que quer dizer?"

Carolana respirou fundo antes de falar. "No começo, eu realmente estava cega pela competição, pelo desejo de ser a melhor. Achava que você estava tentando tomar meu lugar, e acabei sendo injusta com você. Mas... quando você abriu seu coração para mim, comecei a ver as coisas de uma forma diferente."

S/N observava atentamente, sentindo-se um pouco nervosa e ao mesmo tempo esperançosa. "Eu também só queria aprender com você, estar perto de você."

Carolana sorriu suavemente. "Eu sei disso agora. E nos últimos dias, sendo gentil com você, chamando você de 'bebê' ou 'princesa', percebi que não era apenas uma forma de melhorar nossa relação na equipe. Era algo mais profundo que eu estava começando a sentir."

"Sério?" S/N murmurou, a expectativa clara em sua voz.

"Sim," Carolana respondeu, olhando diretamente nos olhos de S/N. "Percebi que estou começando a sentir algo por você. Algo mais do que apenas amizade ou rivalidade. É algo que me deixa feliz em estar perto de você, em cuidar de você."

O coração de S/N disparou, uma mistura de surpresa e alegria tomando conta de seu ser. "Carol, eu... não sei o que dizer," disse ela, um sorriso tímido surgindo em seu rosto.

Carolana estendeu a mão e segurou delicadamente a de S/N, seus dedos entrelaçando-se. "Não precisa dizer nada agora. Só queria que soubesse o que estou sentindo. Podemos deixar as coisas acontecerem naturalmente, sem pressa."

S/N apertou suavemente a mão de Carolana, sentindo uma felicidade indescritível. "Obrigada por me dizer isso, Carol. Prometo que não vamos apressar nada."

Carolana retribuiu o sorriso. "Eu sei. Vamos seguir em frente com calma, juntas. E ver onde isso nos leva."

E assim, sob a tranquilidade da noite e a sombra reconfortante da árvore, as duas meninas encontraram um novo começo, onde sentimentos e possibilidades agora podiam florescer livremente.

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O primeiro jogo das Olimpíadas estava prestes a começar, e a torcida no ginásio era ensurdecedora. As duas equipes, Brasil e Quênia, estavam prontas para dar o seu melhor. Carolana e S/N estavam incrivelmente focadas, sabendo da importância desse primeiro confronto. Antes de entrarem em quadra, Carolana se aproximou de S/N e, com um sorriso confiante, sussurrou: “Vamos arrasar, princesa.”

O jogo começou com intensa energia de ambos os lados. A equipe do Quênia demonstrou uma resistência formidável, mas Carolana e S/N estavam sincronizadas como nunca antes. Desde o início, os bloqueios de ambas foram cruciais para manter a equipe adversária em xeque. Cada ponto conquistado pelo Brasil parecia fortalecer ainda mais o espírito de união e determinação.

Ao longo do primeiro e segundo sets, Carolana e S/N se tornaram os pilares da defesa brasileira. Seus bloqueios eram precisos e impenetráveis, levando a torcida ao delírio a cada ponto conquistado. Era uma verdadeira exibição de talento e estratégia, com ambas se comunicando e se posicionando perfeitamente.

Quando o terceiro set começou, a equipe brasileira tinha uma vantagem confortável, mas o Quênia lutava bravamente, tentando diminuir a diferença. A tensão no ar era palpável. Faltava apenas um ponto para a vitória do Brasil, e a bola estava mais uma vez em jogo. O Quênia preparou um ataque forte, e a bola veio em uma velocidade impressionante na direção de S/N. Mas, com uma calma surpreendente, ela se posicionou de forma perfeita e subiu para o bloqueio.

O impacto foi instantâneo e decisivo. A bola foi bloqueada firmemente e caiu no lado adversário da quadra, selando a vitória do Brasil. O som das comemorações foi ensurdecedor, tanto dos companheiros de equipe quanto da torcida.

Em um momento de pura emoção e alegria, Carolana correu pelo quadra em direção a S/N. Sem hesitar, ela pulou nos braços dela, e em meio à exaltação, suas emoções transbordaram. No calor do momento, Carolana beijou S/N na frente de todos—torcida, mídia, equipe—dando uma demonstração clara do que ambas estavam sentindo. O gesto surpreendeu a todos, mas o apoio imediato foi palpável. A química entre as duas, tanto dentro quanto fora de quadra, era evidente e agora, reconhecida por todos.

Após esse momento de revelação, houve uma onda de aplausos e gritos ainda mais altos. Suas companheiras de equipe, embora inicialmente surpresas, rapidamente se juntaram às comemorações, abraçando-as e parabenizando-as não só pela vitória, mas também pelo gesto de coragem e sinceridade.

Carolana, ainda nos braços de S/N, sorriu e sussurrou em seu ouvido: “Eu te disse que íamos arrasar.” S/N, com o coração acelerado e um sorriso radiante, respondeu: “E arrasamos juntas, como sempre.”

O apito final do jogo marcou não só uma vitória essencial para o Brasil nas Olimpíadas, mas também o início de uma nova fase para S/N e Carolana—uma fase onde o amor e o esporte se entrelaçavam, fortalecendo ainda mais as duas.

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