Duda Sampaio

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O clima no túnel do estádio estava tenso, mas eu já estava acostumada a isso. Era um clássico, São Paulo contra Corinthians, e o peso da partida só aumentava com a rivalidade entre mim e Duda Sampaio. Faz dois anos que ela soltou aquela indireta em uma entrevista, falando que eu não tinha talento e que não curtia meu estilo de jogo. Desde então, as provocações se tornaram parte do nosso duelo particular, tanto dentro quanto fora de campo.

Enquanto as jogadoras estavam em fila, aguardando para entrar, eu olhei para o lado e vi Duda um pouco à frente. Não resisti.

Ei, Duda, — chamei baixinho, só pra ela ouvir. — Ainda acha que não tenho talento? Vamos ver hoje, né? — sorri de canto, provocativa.

Duda me olhou de relance, sem mexer a cabeça, tentando manter a postura séria, mas eu sabia que já tinha plantado a semente da irritação.

Você fala demais, S/N, — ela respondeu sem sequer olhar diretamente pra mim. — Vamos ver se hoje consegue mostrar algo além de gracinha.

Eu me aproximei um pouco mais, como quem não queria nada, ficando logo atrás dela enquanto esperávamos o árbitro nos chamar.

Ah, Duda... Gracinha é com você. Eu sou mais do estilo 'humilhar em campo'. Você vai ter o melhor assento pra assistir isso de perto hoje, — disse, piscando para ela.

Ela respirou fundo, claramente tentando se controlar.

Vai acabar se queimando com tanta falação, — ela rebateu, finalmente me encarando. — Se eu fosse você, me concentraria no jogo, porque hoje não vai ter espaço pra sorte.

Eu dei uma risadinha.

Sorte? — repeti, balançando a cabeça. — Hoje você vai entender que não é sorte. É talento puro. Eu só faço parecer fácil, sabe? — dei de ombros.

Duda finalmente virou o rosto na minha direção, os olhos faiscando.

Eu vou te parar em cada jogada, S/N. Pode anotar isso. — ela disse, com a voz carregada de firmeza.

Eu me aproximei um pouco mais, quase sussurrando no ouvido dela.

— Vamos ver se você consegue, princesa, — falei com malícia. — Mas se precisar de ajuda, posso te ensinar como marca uma craque de verdade.

Antes que Duda pudesse responder, o árbitro sinalizou a entrada dos times em campo. Ela respirou fundo mais uma vez e, sem dizer mais nada, se posicionou.

Eu sabia que já tinha feito o suficiente para incomodá-la. Agora, era a hora de provar tudo no campo. Meu sangue já fervia, e eu estava pronta para dar meu show. Hoje, seria a minha vez de deixar Duda de boca fechada.

Enquanto os dois times caminhavam para o centro do gramado, com as arquibancadas lotadas e a torcida fervendo, eu não pude deixar de sorrir. O jogo ia ser intenso, e eu mal podia esperar para ver a expressão de Duda quando o placar falasse por mim.

O jogo estava eletrizante, o placar empatado em 1 a 1, e a tensão no campo era quase palpável. Eu já tinha causado alguns estragos na defesa do Corinthians, e sabia que Duda estava me marcando mais de perto, tentando provar aquele ponto que ela tanto insistia. Só que isso nunca me intimidou. Na verdade, eu adorava ver ela se esforçando para me parar.

Faltavam poucos minutos para o apito final, e eu corria pela lateral, pronta para tentar um passe decisivo. Sentia Duda colada em mim, mas ao invés de me concentrar totalmente na jogada, decidi provocá-la uma última vez.

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