Carolana

2.7K 151 74
                                        

---

Era uma noite fria em Florença, o vento soprava pelas ruas estreitas, e S/N estava sentada na beira da cama, encarando o celular. As mãos tremiam levemente, o coração parecia apertado no peito. Carol não havia voltado ainda, e algo na atmosfera daquela noite a deixava inquieta. As mensagens enviadas para Carol nas últimas horas estavam todas sem resposta, o que não era típico dela. A central brasileira era sempre atenta, mesmo quando ocupada com o time.

S/N andava pelo quarto tentando afastar os pensamentos. "Ela deve estar ocupada", repetia para si mesma, mas a angústia se instalava como uma sombra crescente. O relacionamento delas, até então, era sólido como uma rocha, com amor, confiança e respeito mútuo. No entanto, algo vinha mudando nas últimas semanas. Carol estava mais distante, mais fria, como se algo estivesse pesando sobre seus ombros. S/N tentou conversar, mas todas as tentativas acabavam com a mesma desculpa: “Está tudo bem, é só o trabalho me desgastando.”

Agora, com o silêncio crescente, S/N começou a se perguntar se havia algo mais. O relógio marcava quase meia-noite quando ela ouviu o som da porta da frente abrindo lentamente. Seu corpo congelou no mesmo instante. Carol entrou pela sala com passos cautelosos, mas sua expressão carregava algo pesado, sombrio.

Onde você estava? — a voz de S/N saiu quase como um sussurro, mais ferida do que ela queria demonstrar.

Carol hesitou, os olhos verdes evitavam os de S/N. Ela parecia lutar contra algo interno, uma batalha silenciosa. Quando finalmente respondeu, sua voz soou baixa, quase culpada:

Eu precisava de um tempo… para pensar.

S/N se levantou, sentindo um peso imenso no peito, como se o ar no quarto estivesse se tornando irrespirável. Aquele "pensar" carregava uma suspeita que ela nunca quis considerar. Seria possível que algo estava acontecendo? Que Carol, a mulher que ela amava, estava escondendo algo?

Pensar sobre o quê? — S/N perguntou, a voz um pouco mais firme. Ela sabia que precisava de respostas, mas também tinha medo delas.

Carol finalmente levantou os olhos, encarando S/N com uma expressão de dor. Aquele olhar a fez recuar um passo, como se estivesse prestes a ser atingida por uma verdade que não queria ouvir.

S/N… — Carol começou, os olhos marejados —, eu cometi um erro.

O silêncio que seguiu aquelas palavras foi ensurdecedor. S/N sentiu o chão desmoronar sob seus pés. A mente girava com possibilidades, cenários terríveis. Ela balançou a cabeça, incapaz de formular uma resposta imediata.

O que você quer dizer com "um erro"? — ela sussurrou, embora a resposta estivesse clara em seu coração, doendo como uma lâmina afiada.

Carol respirou fundo, como se tentasse reunir forças para confessar. O suspense do momento era insuportável, o ar parecia denso, e S/N não conseguia afastar a sensação de que o pior estava por vir.

Eu… eu não estava lá como deveria para você, e procurei conforto onde não deveria. — A voz de Carol quebrou no final da frase, e ela se sentou na poltrona ao lado, enterrando o rosto nas mãos.

S/N sentiu o corpo estremecer. Um choque frio percorreu sua espinha enquanto as palavras de Carol ecoavam na sua mente. "Conforto onde não deveria." O que isso significava? Ela lutou contra as lágrimas, tentando se manter firme, mas o coração estava despedaçado.

Você me traiu? — A pergunta saiu sem que ela pudesse evitar, cortando o ar entre elas.

O silêncio que se seguiu foi a confirmação que S/N tanto temia. O olhar que Carol lançou para ela, cheio de arrependimento e tristeza, disse tudo o que as palavras não conseguiam expressar. O nó na garganta de S/N apertou ainda mais, e as lágrimas que ela tentou segurar começaram a rolar silenciosamente.

imagines girlsOnde histórias criam vida. Descubra agora