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Eu sou S/N Rodrigues, tenho 28 anos, e sou uma das maiores contadoras de Belo Horizonte. Minha empresa é a minha maior conquista, e, no trabalho, sou impecável e implacável. Hoje, fui convidada para um evento cheio de celebridades, principalmente do mundo dos esportes. Eu não vou mentir, sempre gostei desse tipo de evento. Normalmente, terminam da mesma forma: encontro alguém interessante, vamos para um hotel e aproveitamos a noite juntos. No dia seguinte, desapareço sem deixar rastros. Desde que me apaixonei por duas jogadoras e tive meu coração despedaçado, adotei essa postura de cafajeste. Nunca mais quis me apegar a ninguém.
Assim que entrei na festa, senti os olhares sobre mim. Alguns de desejo, outros de ódio. Ajustei o vestido elegante que escolhi para a noite e comecei a cumprimentar algumas pessoas. Sabia que, nesses eventos, sempre havia o risco de encontrar alguém que não gostava de mim, então, precisava estar sempre alerta. Mas confesso que o perigo me excitava de certa forma.
Depois de alguns cumprimentos rápidos, fui apresentada a duas mulheres que eu conhecia muito bem, mesmo que à distância: Thaísa Daher e Gabriela Guimarães. Quando nossos olhares se cruzaram, senti meu coração acelerar. Eu tinha um penhasco por essas duas. Sabia que não teria chances com nenhuma delas, mas, enquanto conversávamos, me senti como uma cadelinha, atenta a cada movimento delas, tentando disfarçar meu interesse.
"Oi, S/N, tudo bem?" Thaísa foi a primeira a falar, com aquele sorriso que sempre me deixava sem chão.
"Oi, Thaísa! Oi, Gabi! Tudo ótimo, e vocês? Como estão?" respondi, mantendo a compostura, embora meu coração estivesse disparado.
"Estamos bem, na correria de sempre," respondeu Gabi, com uma risada suave. "Mas e você? Como vai o trabalho?"
"O trabalho está ótimo, graças a Deus," respondi, tentando focar na conversa e não nos pensamentos que começavam a me invadir. "E vocês? Imagino que a temporada esteja puxada."
"Demais," disse Thaísa, mexendo no copo de bebida que segurava. "Mas, você sabe, a gente ama o que faz."
Enquanto elas falavam, minha mente vagava. Sabia que precisava me controlar, mas era difícil. Essas duas mulheres tinham um poder sobre mim que ninguém mais tinha. Elas continuaram conversando sobre treinos e jogos, mas minha atenção estava dividida. Eu observava cada detalhe: o jeito como Gabi mexia no cabelo, o jeito como Thaísa ria com os olhos. Precisava sair dali antes de fazer algo de que me arrependesse.
"Bom, meninas, foi ótimo ver vocês, mas preciso dar uma volta, cumprimentar mais algumas pessoas," eu disse, tentando escapar antes que elas percebessem o quanto eu estava envolvida.
"Claro, vai lá," disse Gabi, sorrindo. "Mas, S/N, depois me manda uma mensagem, vamos combinar de nos encontrar novamente."
"Pode deixar," respondi, já me afastando. A última coisa que eu queria era me envolver mais do que já estava. Olhei para trás uma última vez, e elas ainda estavam lá, lindas e inalcançáveis.
Enquanto eu me afastava, só conseguia pensar em uma coisa: precisava sair dessa festa antes que fizesse algo de que me arrependesse. Mas, ao mesmo tempo, sabia que não conseguiria resistir à tentação de, pelo menos, tentar mais uma vez.
A festa estava em pleno andamento, mas eu mal percebia o que acontecia ao meu redor. Meu foco estava inteiramente em Thaísa e Gabi. Por mais que outras mulheres tentassem se aproximar de mim, oferecendo olhares sugestivos ou sorrisos insinuantes, eu as dispensava com uma desculpa qualquer. Hoje, meu interesse era diferente. Eu não conseguia desviar minha atenção das duas jogadoras, aquelas que me cortavam com sorrisos toda vez que eu tentava uma cantada.