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Meu nome é S/N Santos, e desde pequena, sabia que minha vida seria diferente. Não só porque me tornei uma jogadora de vôlei profissional, mas também porque sou uma mulher intersexual. Ter um órgão masculino no corpo de uma mulher sempre foi um desafio para mim, especialmente em um mundo que muitas vezes tenta nos colocar em caixas estreitas e limitadoras.
Mas, com o tempo, aprendi a me aceitar e a me amar como sou. Hoje, estou em um relacionamento com duas das mulheres mais incríveis que já conheci: Rebeca Andrade e Flávia Saraiva. Ambas são ginastas brasileiras de renome, e nossas vidas são intensas, sempre cheias de treinos, competições, e o constante escrutínio da mídia.
Nosso relacionamento é o que me mantém firme em meio ao caos. Nos apoiamos mutuamente, entendendo as pressões que cada uma enfrenta em nossas respectivas carreiras. Embora nossas agendas sejam uma loucura, sempre encontramos tempo para estar juntas, seja para um jantar tranquilo em casa ou para uma viagem rápida para fugir do barulho das nossas vidas públicas.
Às vezes, me pego pensando em como fomos capazes de construir algo tão bonito em meio a toda a correria. Não é fácil, claro. Existem momentos em que me sinto insegura, especialmente por ser intersexual em um mundo onde a norma é tão rígida. Mas tanto Rebeca quanto Flávia são incrivelmente amorosas e compreensivas. Elas sempre me lembram de que minha diferença é o que me torna única, e que o amor que compartilhamos é o que realmente importa.
Apesar das dificuldades, eu não trocaria nossa vida por nada. Cada dia é uma nova aventura ao lado delas, e me sinto sortuda por poder viver esse amor tão especial e raro.
Estamos sempre em movimento, seja viajando para competições ou treinando para o próximo grande evento. Mas não importa onde estejamos, sei que enquanto tivermos umas às outras, estaremos bem.
Porém esse mês tem sido especialmente complicado para mim. Minhas namoradas, Rebeca e Flávia, coincidentemente entraram em seus períodos férteis ao mesmo tempo, e isso trouxe uma intensidade a mais para o nosso relacionamento. Elas têm sentido um desejo fora do comum, e eu tenho tentado acompanhá-las, mas, para ser sincera, é difícil manter o ritmo. Não que eu não queira estar ao lado delas em todos os momentos, mas essa frequência... está sendo um desafio.
Agora mesmo, estou deitada na cama, fingindo que estou dormindo. Escuto os passos leves de Flávia se aproximando do quarto. Ela entra silenciosamente, mas logo ouço sua voz suave e sedutora me chamando:
"Amor... você está acordada?" Flávia sussurra, com um tom que deixa claro o que ela quer.
Eu seguro a respiração por um segundo, tentando não me mexer. Estou exausta, cada músculo do meu corpo pedindo um pouco mais de descanso. Eu sei que, se eu ceder agora, Rebeca logo virá atrás, com a mesma vontade, o que só vai aumentar minha exaustão.
"Amor?" Flávia insiste, agora se aproximando da cama.
Eu continuo quieta, tentando manter a respiração uniforme, fingindo o melhor sono possível. Sinto-a sentar na beira da cama, seus dedos roçando de leve em meu braço. Um arrepio percorre meu corpo, mas tento não reagir.
Depois de um tempo que parece uma eternidade, ela finalmente suspira e se levanta, murmurando algo para si mesma. Ouço seus passos se afastando e, por fim, o clique suave da porta se fechando.
Eu me viro lentamente, sentindo uma mistura de alívio e culpa. Sei que Flávia só queria se conectar comigo, mas o cansaço tomou conta de mim. No fundo, também sei que, se tivéssemos começado, Rebeca logo apareceria, com o mesmo desejo nos olhos. E, por mais que eu as ame, neste momento, tudo que preciso é de um pouco de descanso.