Julia Soares

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O dia estava perfeito para uma tarde entre amigos, e S/N, como sempre, estava de alto astral. Ela adorava sair com o grupo, especialmente porque Julia Soares, sua paixão secreta, também estava lá. S/N e Julia moravam juntas, mas S/N nunca teve coragem de confessar seus sentimentos. Apenas Fernanda, sua amiga confidente, sabia do segredo e sempre dava um empurrãozinho, tentando convencê-la a se abrir.

Naquele dia, o grupo decidiu ir a um parque, e enquanto todos estavam descontraídos e rindo, S/N, sempre brincalhona, decidiu lançar uma das suas cantadas engraçadas em Julia. O momento parecia perfeito.

Ei, Julia — disse S/N com um sorriso malandro, enquanto o grupo se ajeitava ao redor de uma mesa de piquenique. — Quando é que você vai parar de enrolar e casar comigo, hein?

Os amigos começaram a rir e a provocar, já acostumados com as piadas de S/N. Mas o que ninguém esperava foi a reação de Julia, que, sem perceber o tom leve da brincadeira, respondeu de maneira mais séria do que o normal.

Ah, S/N... não começa com isso, vai. Sabe que não rola, né? — disse Julia, rindo de leve, mas sua expressão mostrava que ela não tinha entendido que era apenas uma brincadeira.

Assim que as palavras saíram da boca de Julia, os amigos, em um espírito de diversão, começaram a gritar brincadeiras e vaias:

Uuuuh, foi rejeitada! — gritou um deles, rindo alto.

Vai ter que esperar na fila, S/N! — disse outro, provocando ainda mais risadas.

S/N sentiu o rosto esquentar, e o riso que costumava acompanhar suas piadas sumiu. O sorriso se desfez aos poucos, e uma sensação desconfortável tomou conta dela. Ela não esperava que Julia fosse levar tão a sério a brincadeira. Fernanda, que estava sentada ao lado, percebeu o desconforto no olhar de S/N.

Ei, gente, deixa ela em paz! — disse Fernanda, tentando amenizar a situação, mas já era tarde. A vergonha tomou conta de S/N.

É, é... deixa pra lá — S/N falou com um sorriso forçado, fingindo que não tinha sido afetada, mas por dentro ela só queria desaparecer.

Julia, distraída com as risadas dos outros, não percebeu o constrangimento de S/N e continuou com o grupo, sem imaginar o impacto que sua resposta havia causado. Fernanda se aproximou e cochichou no ouvido de S/N:

Você tá bem?

Tô... — respondeu S/N, desviando o olhar. — Só não esperava que ela fosse responder assim, sabe? Meio que doeu.

Fernanda lançou um olhar compreensivo.

Eu sei... mas você sabe que ela nem percebeu. Talvez esteja na hora de você parar de brincar e falar sério com ela, S/N.

S/N suspirou profundamente, olhando para Julia, que conversava e ria com os outros, completamente alheia ao que estava acontecendo. Ela sabia que Fernanda tinha razão, mas o medo da rejeição real, e não apenas de uma brincadeira, a impedia de agir.

Não sei se tô pronta, Fê... E se ela realmente disser "não"? Não só pra brincadeira, mas pra tudo.

E se ela disser "sim"? — Fernanda rebateu com um sorriso, dando um leve empurrão no ombro de S/N. — Você nunca vai saber se não tentar.

S/N ficou em silêncio, pensando nas palavras da amiga enquanto tentava se recuperar do momento constrangedor. Ela olhou novamente para Julia e se perguntou se algum dia teria coragem de dizer o que sentia de verdade.

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