-Oi. -Respondi saindo do transe.-Estou te chamando há um tempão... Vai me ajudar a levar as coisas?
-Ah sim, claro! -Peguei os pratos e o deixei com os talheres e copo. Levei para a área da piscina, onde já havia garçons, um DJ e um churrasqueiro.
A hora passou rápido. Quando me dei conta a casa dele já estava começando a encher e eu não estava vestida ainda e, merda, todos os banheiros estavam ocupados e olha que não eram poucos.
Meus amigos chegaram um pouquinho depois das três e brigaram comigo por ainda estar de uniforme.
Tentei achar o Kauã para perguntar se podia subir para trocar de roupa em algum quarto, mas não achei, então só fui. Subi a escada e passei pela porta do quarto do Kauã que, por sinal, estava aberta. Não me atentei a olhar lá para dentro, já estava me achando abusada por entrar em um quarto qualquer.
-Fernanda? -Uma voz me chamou e logo reconheci o dono. Virei-me para trás e dei de cara com o Kauã com uma toalha enrolada na cintura.
-Ah... Desculpa... Eu ... -Estava muito difícil de me concentrar com aquela cena. Concentre-se! Ordenei para mim mesma. -Eu precisava trocar de roupa e todos os banheiros estão ocupados.
-Os quartos estão trancados. Não quero pessoas usando para transar. -Curto e direto como sempre foi. Dei uma risada, senti falta dele e, só agora consigo perceber o quanto. -Entra aqui, usa o meu banheiro. -Hesitei. O quarto dele é o cômodo da casa que ele mais restringe a entrada. Porém, precisava tanto que não me importei muito. Caminhei até o quarto e entramos juntos. Ele encostou a porta, mas não fechou.
-Você sabe o caminho. -Ele deu um sorriso torto e eu corei. Para ele não ver, corri para o banheiro e fechei a porta. Coloquei rapidamente meu biquíni e uma roupa leve por cima. Saí do banheiro e o Kauã ainda estava ali, sentado na cama, arrumado e olhando para o nada.
-Senti sua falta. -Ele falou sem olhar para mim.
Lembrei de todas as vezes que chorei por ele, que eu não consegui me concentrar na escola e quando era difícil olhar para o meu irmão toda vez que falava com ele.
-Também senti a sua. -Falei cabisbaixa, mas não olhei para ele. Um contato visual agora era tudo o que eu não precisava (e não queria). -Vamos? -Mudei bruscamente de assunto. -Vão sentir sua falta lá embaixo.
Ele deu uma risada irônica.
-Vamos, Fernanda. -Ele se direcionou a porta e me esperou passar. -Deixa suas coisas aqui e depois você pega. -Assenti e sai de seu quarto. Ele veio em seguida. -A Karina e o Gustavo já chegaram? -Assenti.
A cada passo dado a música ficava mais alta e mais pessoas estava no meu campo de visão. Procuramos os dois pela casa, mas o achamos ao lado da churrasqueira. O Gustavo estava de sunga segurando uma garrafa de Coca-Cola e a Karina estava de biquíni com um coquetel mega bonito em suas mãos que deu até vontade de beber.
Meu irmão estava no grupinho ao lado e era perceptível que ele estava fitando a Karina. Ele estava completamente apático ao que seus amigos falavam e apenas concordava com a cabeça.
-Vai indo lá que eu vou falar com o meu irmão. -Falei para o Kauã e ele assentiu. Me aproximei do grupinho que meu irmão estava e todo me cumprimentaram e eu, educada que sou, cumprimentei um por um.
-Posso falar com você um segundinho? -Sussurrei no ouvido dele. Ele assentiu e fomos para um lugar meio longe da música. Ele suspirou.

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Um estranho em minha vida
RomanceFernanda é uma menina dedicada e impulsiva. Vem de uma família de atores famosos internacionalmente, mas não se importa com a fama. Como não pode simplesmente ignorá-la, aprende a viver e dar suas escapadas. Um dia, quando está voltando da escola, a...