Um estranho em minha vida

68.

O Zack não deu sinal de vida por uma semana inteira e quando eu pedi para o Zé dar um pulinho no apartamento, não tinha ninguém lá. Ele foi embora e não mandou nem uma mensagem me agradecendo ou me xingando por ter entrado na vida dele e o ajudado. Desde que soube que o apartamento estava vazio, eu tinha constantes vontades de mandar mensagem para ele só para saber se estava vivo, mas eu havia prometido a mim mesma que não o faria. Eu tinha entendido que precisava ser mais egoísta em alguns aspectos e parar de colocar a vida dos outros a frente da minha.

Mas, por outro lado, eu tinha um complexo de remoer o passado e, sem ninguém saber, ia para a minha casa e ficava lembrando os momentos que passei ali com o Zack.

Meus dias estavam se arrastando, eu acordava cheia de olheiras após ter longas noites sem conseguir pregar o olho direito, pensando que o Zack poderia estar precisando de alguma coisa. Durante o dia, eu ficava com a mente vagando em meus momentos com ele e no que estaríamos fazendo se ele não tivesse sido um completo babaca.

-Você não pode ficar assim pelo resto da vida, Fernanda! -O Gustavo falou. O sinal de saída já havia tocado e estávamos no pátio conversando, ou melhor, eles falando que eu tinha que superar e seguir em frente e eu ouvia.

-Eu não consigo, tá legal? -Os dois me olharam. Eles passaram a semana inteira me falando a mesma coisa e eu só escutava, mas estava na hora de admitir para eles e para mim mesma o que acontecia. -Eu não consigo dormir a noite sem pensar que ele pode estar em qualquer lugar, ou quando eu acordo, a primeira coisa que eu penso é será que ele ainda continua indo atrás dos sonhos dele? E todo dia que eu vou dormir, a última coisa que eu penso é será que ele sente minha falta como eu sinto a dele?

-Uau! -O Gustavo falou. A Karina só arregalou os olhos.

-Eu sabia que gostava dele! -Ela disse.

-Isso não importa mais, não é mesmo? A gente nem se fala e eu não tenho ideia de onde ele se enfiou. -Olhei para ela.

A Karina me abraçou.

-Eu sinto muito, Fer. Eu queria poder te ajudar, fazer mais por você, mas tudo que está ao meu alcance é ficar do seu lado quando precisasr. -Assenti. -Você não merece sofrer assim. -Ela me deu um beijo na bochecha e meu irmão apareceu. -Eu te amo, Fer!

-Também te amo, Ka. -Falei com sinceridade, mas sem entusiasmo.

-Vamos? Acho que a sessão do filme começa em uma hora. -A Karina falou.

-Ah... Podem ir, eu vou tentar dormir um pouco. -Forcei um sorriso. Eles tentaram me convencer, mas acabaram desistindo.

Fiz questão que eles fossem com o Zé direto para o shopping, pois falei que estava afim de caminhar. Assim que eles estavam longe o suficiente, mudei meu rumo e fui para minha casa.

Alguns minutos a mais de caminhada em relação a onde eu morava, mas nada muito longe. -Abri a porta, entrei e me joguei no sofá, como fazia todos os dias, desde que soube que ele foi embora.

Olhei para o teto e deixei minha mente vagar para onde ela quisesse e ela parou no único assunto que me prendia durante dias... Zack.

Eu finalmente havia admitido para mim e para os meus amigos que gostava dele. Eu queria que ele estivesse perto de mim, mesmo que como amigo, eu só queria ter ele ao meu lado. Sentia falta de tudo nele: das piadas sem graça, da comida, do cheiro, das conversas e, principalmente, dos raros abraços. Abraços que me deixavam segura e confortável. Lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Depois de vagar por caminhos de fantasia onde eu e Zack tínhamos um final feliz, eu apaguei. Pela primeira vez em dias, eu conseguia dormir sem estar me sentindo preocupada ou quebrada.

Acordei com um barulho de porta abrindo e minha primeira reação foi: não ter reação. Não tinha o que eu pudesse pegar para bater em seja lá quem que estivesse invadindo a casa e não tinha para onde correr.

Hoje eu entrei no wattpad, vi que a história estava em #58 e pirei !!!!
Obrigada por todos os comentários, votos e views.
Beijinhos