Acordei no dia seguinte encharcada de suor, após um péssimo pesadelo com um maluco correndo atrás de mim com uma câmera filmando todos os meus passos. Tá, pesadelo para algumas pessoas são palhaços, assassinos e outras coisas mais que não me vem a cabeça agora, mas os meus são invasão de privacidade, a descoberta de uma tecnologia que faça os seres humanos perderem totalmente a humanidade (como a clonagem) e outras coisas nesse ramo.
Tomei um banho rápido e fui direto comer com minha família. Precisava conversar com o Miguel e abrir o jogo. Ele sempre foi meu parceiro do crime, nunca esteve diretamente presente, mas smepre foi ele que explicava minhas ausências em lugares quando ocorria, sem falar nos conselhos que dava. O Miguel é a pessoa que mais confio no mundo e sei que é recíproco, sabemos tudo um do outro (tudo que não seja muito íntimo para guardar para si).
-Bom dia, família. -Dessa vez cheguei na hora para comer. Sorri vitoriosa.
Comi o mais rápido que pude e o Miguel também, pois percebeu que eu estava maluca para lhe contar alguma coisa.
-Bom, vamos indo! -Ele disse para os nossos pais.
-Não se esqueçam que hoje vamos jantar fora. Espero os dois às sete em ponto. -Meu pai disse, mas seu tom não era autoritátio e sim comunicativo.
Rumamos para o carro, não podia esperar nem mais um segundo para contar. Se tem uma coisa que eu sou péssima, péssima mesmo é guardar um segredo (MEU) por muito tempo do meu irmão. Já tiveram vezes que eu liguei para ele enquanto estava do outro lado do mundo só para contar alguma coisa.
-O que é tão urgente que não pode esperar? -Ele peguntou quando viu que eu o iria acompanhar em poucos quarteirões de carro.
-Essa é uma ótima história! -O Zé falou olhando para nós pelo retrovisor.
-Como assim ele sabe antes de mim? -Pareceu realmente ofendido.
-Ele estava comigo na hora. Deixa eu contar. -Contei tudo para ele o mais detalhado que consegui. Fez várias expressões durante a história, mas a que mais se destacou foi preocupação.
-Você está ajudando um menino que acha ser um criminoso? -Assenti, mesmo que isso parecesse loucura, que, de fato, era. -E não está nem com um pouco de medo no que pode dá quando ele acordar? -Não tinha como responder isso com a cabeça.
-Medo não sei se é a palavra certa para usar. Estou um pouco apreensiva e nada mais. Ele não vai me fazer mal em um hospital e depois que ele acordar eu vou sumir. Não é como se a Bianca vivesse 24 horas por dia. -Ele concordou comigo. Apesar de mais velho, não era um irmão chato que queria controlar meus passos. Desde pequena, aprendi a conquistar meu espaço e meu direito de cometer loucuras, eu tinha responsabilidade e era calculista, raramente as coisas saiam do eixo ou davam errado e meu irmão sabia disso, assim como o Zé já desconfiava.
-Vou querer viver constantemente atualizado dessa história e se você não me der sinal de vida por um dia eu vou mandar o exército atrás de você! -Ele disse e não estava brincando.
Saimos do carro assim que chegamos na escola. Ele foi para o canto dele e eu para o meu. Meus amigos sabiam mais ou menos da existência da Bianca, disse que algumas vezes usava uma peruca por ai e saía igual a Hannah Montana e foi exatamente assim que contei. Eles riram um pouco no dia, falaram que eu não batia muito bem, mas, no fim, acabaram entendendo e aceitando minha maluquice.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um estranho em minha vida
Storie d'amoreFernanda é uma menina dedicada e impulsiva. Vem de uma família de atores famosos internacionalmente, mas não se importa com a fama. Como não pode simplesmente ignorá-la, aprende a viver e dar suas escapadas. Um dia, quando está voltando da escola, a...