Um estranho em minha vida

48.

Ela riu.

Chegamos mais perto da entrada e ouvi algumas pessoas gritando o nome dos meus pais. Eles deram uma paradinha para tirar foto com quem tinha gritado e eu coloquei um sorriso no rosto.

-Venham meninas, tirar foto. -Minha mãe falou.

Nós quatro nos juntamos e parecia que um anjo estava revelando sua forma natural de tanto flash que surgiu na minha cara.

Meu pai entregou o convite e entramos na festa. O lugar estava impecavelmente lindo. Tinha uma pista de dança enorme, onde algumas crianças dançavam e até alguns adolescentes e adultos. A decoração era meio retrô e estava linda. Fiquei abismada com a incrível decoração do lugar. Os fotografos tiravam fotos das pessoas e era impossível saber quem era contratado do evento e quem era de alguma revista.

-Venha, Júlia. Fiquei sabendo que gosta de cinema, vou te apresentar umas pessoas. -Meu pai disse e ela abriu um sorriso (assustador) de orelha a orelha. Em segundos os dois sumiram e a minha mãe não demorou muito tempo para ir também não. Uma mulher chegou para conversar com ela e o tempo de eu piscar foi o tempo delas sumirem.

Ótimo!

Olhei em volta em busca de alguém conhecido, mas alguém que eu conhecia me achou primeiro.

-Oi, Fernanda! -Olhei quem era e dei de cara com a Diana Falls, uma grande mulher no ramo da moda.

-Oi, Di! -A abracei.

-Nunca mais te vi nessas festas. -É, gente, apesar de detestar esse ramo eu tinha alguns amigos nele. Afinal, eu não gosto da fama, mas não quer dizer que eu não goste de pessoas nesse meio, além do mais, cresci nele.

-Ai, você sabe que eu detesto essas coisas. -Ela riu.

-Claro que eu sei, mas isso não quer dizer que a gente não pode sair qualquer dia. Um shopping? Trilha?

-Qualquer coisa.

-Qualquer mesmo? Queria uma amiga para participar de um vídeo no meu canal. Uma tag, na verdade. -Ela fez uma carinha fofa, crente que ia me convencer.

-Não abusa. -Falei rindo.

-Ah, vai Fernanda! Você é minha amiga há tantos anos, o que custa? -Ela sorriu. 

Depois de mais algumas investidas, acabei cedendo. 

-Uma tag! -Ela deu um pulinho, feliz e eu dei uma risada. 

-Te mando mensagem para combinar as coisas. -Nos despedimos e ela foi, acho que, gravar stories da festa. Que coisa doida. 

Encontrei outras amigas e amigos que não via há um bom tempo. Tinha esquecido como era ir em festas como essa, sorte que toda hora eu esbarrava com alguém que falava comigo e não me deixava ficar igual a um dois de paus no meio do nada. 

-Oi, Fernanda. -Era um jornalista. Esforcei-me ao máximo para não deixar meu sorriso amarelar o que acabou dando certo. -Pode dar uma entrevista? Entrevistamos seus pais e queríamos uma palavrinha sua também. -Ele sentiu-se obrigado a completar, afinal quem sou eu nas páginas de uma revista? 

-Claro. -Falei. 

-Então, Fernanda, como se sente com esse novo filme do seu pai? Depois dele ter se afastado um pouco das telinhas? Você já teve oportunidade de ver o filme? -Sim, eu tinha assistido e amado.

-Eu fico muito feliz que ele esteja atuando novamente, ainda mais nesse papel incrível que, para mim, é super a cara dele. E sim, eu vi o filme e achei foda. Eu posso falar foda? -Perguntei rindo. 

-Se não puder a gente censura. -Ele respondeu rindo. -Você e seu irmão sempre foram muito grudados, como está sendo essa separação entre vocês? 

-Ah, eu fico com muita saudade, mas ele gosta do que faz e eu acabei me acostumando também. -Dei de ombros e o jornalista fez um biquinho. 

-E o Kauã? -Tinha que ter, né? Se não tivesse a invasão de privacidade não estaria legal. -O beijo que deram no aeroporto foi parar em todos os sites de fofoca, os fãs de Kauanda podem sonhar com um retorno?

-Somos bons amigos e eu o amo. Sei que o que resolvermos vai ser o que acharmos melhor para nós.  -Respondi sorrindo. A tática era nunca deixar o sorriso morrer. 

-Champanhe? Refrigerante? -O garçom perguntou estendendo duas bandejas... Mas eu estava concentrada demais na voz daquele ser. Era bem parecida com o do...