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Dei uma corridinha e segurei o Zack pelo braço. A Luna ficou correndo feliz sozinha.

-Zack, eu não quero me meter nessa história, mas eu acho que você deveria contar a verdade. Ela merece saber e você merece tê-las de volta. Pense na Luna, pelo que me disse ela só tem a mãe e é óbvio o quanto ela gosta de você... Por mais que isso vá machucar a Sandy, a verdade é melhor que qualquer mentira e você não merece ser chamado de assassino.

-Eu vou. -Ele estava aéreo demais para pensar em frases mais elaboradas para falar e eu não tinha como culpá-lo.


-Você mora aqui, padrinho? -A Luna perguntou de queixo caído assim que entramos em casa.

-Moro sim, princesa.

-Luna, você gosta de cachorros? -Ela assentiu sorrindo. -Quer ver os do seu padrinho?

-Quero! -Olhei da Sandy para o Zack, que me lançou um olhar que fez com que eu me apaixonasse mais por ele.

-Vamos então. -Ela segurou na minha mão e eu a guiei até a varanda.

Primeiro ela quis saber os nomes e depois não quis parar de brincar. Eu estava me divertindo tanto com ela e com os animais que não percebi a hora passar.

-Meninas? -O Zack chamou aparecendo na porta. -Querem uma pizza? -Ele perguntou sorrindo.

Se ele estava chamando a Luna para jantar quer dizer que ele a Sandy fizeram as pazes? Era tão angustiante não saber da história completa.

-Sim! -A Luna respondeu animada e correndo para dentro.

Levantei do chão e entrei em casa também.

-E ai? -Perguntei baixinho para o Zack.

-Contei. -Ele deu de ombros. -Ela não me acha mais um assassino, mas ainda me odeia...

-Por não ter contado a verdade antes... -Falei olhando para o nada.

-É tão óbvio assim? -Assenti.

Eu achava o Zack meio trouxa por não ter contado a verdade desde o princípio, mas não podia falar isso para ele. Se eu fosse a Sandy, ficaria muito chateada por ele ter preferido me deixar achando que ele era um assassino do que falar a verdade.

-Calma. Isso ai é só questão de tempo. Ela não vai te afastar da Luna. -Dei um beijinho na bochecha dele.

-Você chama isso de beijo? -Ele me imprensou na parede da cozinha e me beijou. A Luna já não estava mais perto da gente. -Isso sim é um beijo. -Disse afastando nossos lábios.

-Tudo bem, senhor especialista em beijo. Agora vai pedir a pizza que eu to varada de fome! -Ele se afastou de mim e pegou o celular no bolso.

Fui para a sala e dei de cara com a Sandy brincando com a filha. Ela parecia feliz...

-Não tivemos tempo de nos apresentarmos direito. -Eu disse atraindo a sua atenção. -Sou a Fernanda. -Abri um sorriso tentando ser simpática.

-Namorada do Zack? -Ele apareceu na sala e me olhou, esperando a minha resposta.

-Não... Amiga. -Falei com vergonha.

-Eu sou amiga do Zack...

-Ex amiga. -A Sandy olhou feio para ele que deu de ombros. -Só queria lembrar que você acabou com a nossa amizade, então somos ex amigos.

-Idiota como sempre. -Ela revirou os olhos. -Enfim, sou a Sandy. -Ela sorriu para mim.

-Eu sou a Luna. -Ela sorriu para mim e eu sorri de volta.

-Prazer, Luna.

-Você sendo namorada do meu padrinho te faz automaticamente minha madrinha? -Ela perguntou feliz. Por que todo mundo enfiou na cabeça que eu e o Zack estamos namorando? Não chegamos nem na fase de discutir qual era a nossa relação.

-Não, pequena. -O Zack respondeu se aproximando dela e a pegando no colo. Era claro o quanto ela era importante para ele e quanto ele morria de saudades. -Você não lembra, mas tem algumas coisinhas que uma pessoa precisa fazer para virar padrinho ou madrinha de alguém.

-Você fez essas coisas? -Ela perguntou esfregando os olhinhos.

-Sim.

-Então eu posso te chamar de tia? -Ela perguntou me olhando.

Ótimo, 17 anos na cara e já comecei a encarar o fato de ser chamada de tia! Achei que a primeira criança a fazer isso seria a do Miguel, mas parece que esse cargo chegou um pouquinho mais cedo.

-Sim. -Quis falar que ela poderia me chamar como quisesse, mas sairia meio grosseiro.

Um estranho em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora