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-Você quer que ele te peça em namoro. -A Karina disse e eu dei uma leve concordada com a cabeça.

Não era só isso. Eu não queria necessariamente que ele me pedisse em namoro, eu só queria algo sólido, que eu pudesse chegar e falar "eu e ele temos algo", mas a questão é: não temos. Não chegamos a resolver nem se estávamos ficando sério ou apenas se pegando nas horas vagas. Não que eu tenha ficado com alguém depois que a gente começou a se pegar, mas eu não sei da parte dele, não tinha coragem de perguntar, pois não queria saber a resposta... Não sei se eu significo para ele, o que ele significa para mim. É claro que eu quero ser a namorada dele, eu amo, mas... Eu não sei... Eu só queria saber que é uma relação que tem futuro.

-Eu só quero algo... Não precisa ser namoro, mas toda vez que eu tento falar com ele sobre nós, ele arruma um assunto que acha ser mais importante.

-Isso é medo. -A Júlia disse olhando para a janela. Sempre que você acha que ela está completamente aérea da conversa, ela chega com uma frase de efeito e rouba a atenção para ela.

-O que?

-Medo, Fernanda. É bem clichê, na real. -Lá vem ela com os papos de cinema para cima de mim. (Normalmente faziam sentido, mas não deixavam de ser papos de cinema). -Você salvou a vida dele, cuidou dele mesmo depois que acordou, deu um lugar para ele ficar, ajudou ele a dar a volta por cima e comprou um parque mais por ele que por você...

-Eu n...

-Psiu! -Ela reclamou deu ter a interrompido. -Não finge que não. Claro que você ama aquele lugar, nós sabemos, mas seu estopim foi o amor dele... Enfim, que seja... Ele se sente em dívida com você.

-O que? -Perguntei.

-Eu saquei! -A Karina falou. -É como se ele se sentisse menor que você... Tipo, você deu o mundo para ele e o que ele te deu? Não estamos dizendo que isso é certo, mas é como ele deve se sentir.

-Ele não tem que se sentir assim... -Falei triste, pois fazia sentido o que elas falavam.

-Não que você já não faça isso, mas... Você precisa mostrar para ele que ele não precisa ser mais do que é e que não te deve nada. -A Júlia disse. -É notório que ele te ama e que alguma vírgula o impede de te pedir em namoro,mas isso não é falta de amor ou de vontade.

-Como sabe?

-Está estampado na cara dele. -A Karina e a Júlia falaram ao mesmo tempo o que nos fez rir.

-Vou tentar. -Falei dando um sorriso fraco. -Vamos. -Levantei da cama e peguei minha mochila para viajar.

Dei um oi para os meninos e descobri que o Zack já estava ali, então era só partir para nossa viagem de três dias!

Um estranho em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora