30.

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Quando deu umas duas horas da tarde, a Karina e o Gustavo foram para casa e eu fiquei sozinha. Agora com o Zack acordado não tinha para onde ir passar o tempo que eu não tinha nada para fazer. Comecei a pensar em atividades extras para fazer, mas nada veio de imediato na minha cabeça.

Eu poderia usar esse tempo que eu não tenho nada para fazer e ir falar com o Kauã, mas não sabia até que ponto ele estaria ocupado, sem falar que eu não tinha a mínima vontade de falar qualquer coisa com ele... Não agora.

Pensei em ir até a minha casa onde o Zack estava, mas não teria ninguém lá. Pelo menos eu esperava que não tivesse, aquele menino precisa arrumar um emprego urgentemente. Não vou sustentar marmanjo.

Eu quero um cachorro!

É isso, vou adotar um cachorro. -Fui para o meu quarto, troquei de roupa e fui para o abrigo que minha família sempre doava dinheiro. Assim que cheguei lá, deu até orgulho de ver como o lugar estava bonito, depois de ter passado por várias reformas e todos os animais que eu via pareciam estar alegres.

-Boa tarde, Vânia. -Falei para a moça que ficava na recepção do abrigo.

-Boa tarde, Nanda. Veio ver como as coisas andam por aqui? -Ela peguntou.

-Não. Vim adotar um cachorrinho. -Abri um grande sorriso que ela retribuiu com gosto.

-Seus pais sabem? -Ela perguntou devido a minha animação.

-Não.

-Ai, Nanda. Você e suas ideias malucas. -Ela levantou da cadeira. -Vamos lá? -Assenti.

Ela me levou onde ficava os cachorrinhos e vi outros animais juntos, todos bem alegres. Depois de muito brincar e fazer carinho neles optei por um vira-lata preto que me chamou muito atenção. Fiquei tão apaixonada que prometi que voltaria e adotaria um gatinho também. Não agora, não antes de escutar muito por ter adotado um cachorro sem falar nada.

-E o nome? -Ela perguntou sorridente enquanto arrumava tudo o necessário para eu poder ir embora. Pensei no nome que desde pequena queria colocar em um animalzinho: Zack. Não sei quando comecei com isso, mas desde que me entendo por gente eu disse que teria um gato ou cachorro e seu nome seria Zack. Agora isso parece tão distante e tão impossível de acontecer. Não poderia chamar meu mascote pelo nome do menino que eu vi apanhar na rua.

Luta! É o que eu iria fazer no meu tempo livre.

Enfim, voltando... Que nome eu daria?

-Átila.

-Lindo nome. -Ela terminou de arrumar tudo e foi pegar o mais novo membro da família.

-Oi garotão! -Falei me abaixando para fazer carinho nele. Imagina um cachorro alto, bem alto, então, esse era o Átila: grandão e preto. -Tchau, Vânia. Até a próxima.

-Tchau, Fernanda. -Saí do abrigo e voltei caminhando com ele na coleira. Não era muito adepta a isso, mas não sabia qual seria seu comportamento se o deixasse sair por ai. Ele era bem calmo, mas não tinha certeza se ele fugiria.

Assim que cheguei em casa, dei de cara com meus pais. Olhei a hora e vi que ainda era cedo.

-Está tudo bem? -Perguntei preocupada.

-Está sim, filha. A gente só quis tirar o resto do dia. -Meu pai falou o tempo todo olhando para o Átila. -O que significa isso? -Ele perguntou tentando conter uma risada.

-Não está óbvio? -Minha mãe perguntou. -Nossa filha resolveu que queria um mascote.

-Sabe como é, né? Depois que nosso mascote viajou eu precisava de um novo. -Meus pais riram.

-Vou falar para o seu irmão que você chamou ele de animal. -Minha mãe disse rindo.

-Fala que eu chamei de gato que ele vai ficar feliz. -Falei soltando a coleira do Átila que me deu uma lambida na cara. Dei uma risada. -Mas se falar que eu chamei ele de cachorro ele também não negará.

-Esse ai é dos meus! -Meu pai falou rindo.

Não sei se acontecesse só comigo, mas eu não consigo imaginar meus pais ficando com outras pessoas antes de casarem. Eu acho os dois um casal tão perfeito que imaginar que já sofreram por amor por outras pessoas é muito estranho.

-Bom gente, esse é o Átila, nosso novo mascote. -Falei sorrindo e fiquei feliz que meus pais levaram numa boa.

Um estranho em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora