18.

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-Você ainda acha que ele acorda? Não teve nenhuma melhora em seu quadro até agora. -O Gustavo perguntou.

-Eu não sei, Gu. Mas eu não tenho autorização para assinar nada, teoricamente a Bianca nem existe direito.

-Isso é tão triste... Toda essa situação. Deve ser horrível não ter ninguém que se importe com você.

-Já pensei muito sobre isso. E todo dia eu morro de medo de um médico me chamar falando que quer desligar os aparelhos. Eu não vou conseguir fazer isso, nunca. Eu nem o conheço, não tenho ideia do que iria querer em uma situação dessas.

-Eu acho que a esperança não ficou na caixa de Pandora atoa. É o pior mal da humanidade, mas salva muita gente.

-Acham que se um médico perguntar eu devo dizer não?

-Sim. -Os dois me olharam e responderam ao mesmo tempo.

-Vamos falar de algo feliz agora? Tipo, o quanto falta pouco para o show. -Abri um sorriso. Faz tanto tempo que eu não o vejo no palco que estou muito animada. -Eu falei com o Kauã e ele disse que podemos ficar com ele no camarim até abrir a entrada.

-Nossa, quero muito! Os snaps que ele mandava das comidas quando estava viajando eram maravilhosas, aqui deve ser algo parecido. Estou morta de fome. -A Karina disse e eu tive que rir.

-Vamos logo então. -Os dois levaram mais alguns poucos minutos para se arrumar e o Zé nos deu uma carona até o local do show. Havia muitas pessoas ali na fila, pessoas que passaram o dia inteiro ali embaixo do sol de muitos graus.

-Obrigada, Zé. -Saímos do carro e entramos pelos fundos.

-Olha se não é a estrela da noite. -Falei entrando em seu camarim. Ele abriu um sorriso ao ver a gente ali.

-O dia que eu for um Elvis da vida você vai poder me chamar de estrela, até lá eu sou um cara que canta para umas pessoas. -Ele disse e eu dei uma risada.

-Oi, cara! -Ele e o Gustavo fizeram um toque estranho e a Karina deu um beijinho na bochecha dele, já eu lhe dei um abraço mega apertado.

Ficamos conversando tão animadamente que até perdemos a hora e só caímos na real quando uma moça veio o chamar para subir ao palco.

-Parece que você não vai ver o show da área vip. -Ele deu um sorriso sabendo que estava certo. Seria impossível chegar lá nessa altura do campeonato.

-Você está me devendo o dinheiro que eu paguei por aquele ingresso.

-Pago seu rodízio hoje. -Ele deu um sorriso enquanto pegava o microfone.

-Você já não ia pagar? Não é esse o clichê dos encontros? O homem paga a conta? -Falei enquanto caminhávamos para perto do palco.

-Desde quando a Fernanda gosta de clichê e de ser bancada por alguém? -Ele piscou para mim. Como é possível uma pessoa te conhecer tão bem?

Abri um sorriso.

-Aceito o rodízio como forma de pagamento.

-Bom show. -O Gustavo falou.

-Arrasa. -Foi a vez da Karina.

-Tente não errar uma nota. -Quando me aproximei para dar um beijo em sua bochecha, muito sem querer (ou talvez não tanto assim) acabamos dando um selinho mais demorado do que se fosse um simples acidente.

Nós dois sorrimos e ele entrou no palco.  

Um estranho em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora