Assim que saí do taxi, quis demorar o máximo que pudesse para entrar no hospital, mas não era tão longe.Entrei e dei de cara com a enfermeira, ela parecia estar me esperando.
-Oi. -Ela abriu um sorriso. -Vamos? -Eu precisava deixar meu nervosismo de lado e sorrir.
-Vamos. -Abri um sorriso maior do que eu queria.
Caminhamos lado a lado até a porta do quarto dele.
-Ele lembrou de mim tão rápido assim? -Perguntei tentando entender se ele tinha dito algo sobre não ter uma namorada.
-Sim. Seu nome foi a primeira coisa que ele falou assim que entrei aqui. -Olhei para a porta. -Bom, eu vou dar uma olhada em outros pacientes e depois volto para ver como ele está. Só queria dizer que o médico já veio aqui e depois ele vai voltar para te explicar tudo. -Ela sorriu para mim e saiu andando pelo longo corredor.
Coloquei a mão na maçaneta e não hesitei em abrir, pois caso o fizesse teria chance de sair correndo. Abri a porta de uma vez só e não me importei se isso o assustaria. Eu estava assustada demais para pensar em como ele iria se sentir.
-Quem é você? -Assim que ele entrou no quarto, antes de me tacar a pergunta, dei de cara com ele vendo TV. Ele não me pareceu assustador ou perigoso.
-Você não quis dizer "Obrigada pessoa estranha por não me deixar morrer e me trazer para um hospital depois que eu apanhei covardemente" ?
-Não. Eu realmente quero saber quem é você. -Ele falou insistindo.
Seus olhos, como eu havia vagado nos primeiros dias querendo saber a cor, eram azuis e sua voz combinava com tudo nele.
-Eu sou uma pessoa que estava voltando para casa quando vi você apanhando, fiquei sentida e te trouxe para cá.
-Uma pessoa que tem dinheiro para pagar diária nesse hospital para um estranho estava voltando para casa a pé? À noite?
-Qual problema? O que meu dinheiro tem a ver com o fato deu gostar de andar à noite?
-Cadê meu celular? -Meu medo, que havia sumido por alguns poucos minutos, voltou.
-Está escondido na minha casa. Disse para os médico que os caras tinham levado.
-Por que? -Ele perguntou me estudando.
-Não acho que se eles vissem o que tinha no seu celular, eles iriam acreditar na minha história.
-Você... -Ele alterou um pouco a voz, porém tanto eu como ele queríamos ser discretos. Os dois tinham coisas a esconder. Eu por ele e ele por ele mesmo, não parecia se importar com os outros. -Você leu o que tinha no meu celular? -Ele perguntou controlando o tom de voz.
-Eu precisava saber se você tinha alguém. Família. Amigos. Eu cheguei a ligar para uma pessoa da sua lista de contato, mas ela meio que me, me não, te xingou e desligou na minha cara.
-Melhor amiga. -Ele sussurrou e pela primeira vez pareceu baixar a guarda.

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Um estranho em minha vida
RomanceFernanda é uma menina dedicada e impulsiva. Vem de uma família de atores famosos internacionalmente, mas não se importa com a fama. Como não pode simplesmente ignorá-la, aprende a viver e dar suas escapadas. Um dia, quando está voltando da escola, a...