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Assim que o show acabou, esperamos um pouco da multidão ir embora e fomos para o camarim. O show fora completamente incrível, como sempre! O Kauã cantava com paixão e alegria.

-Vão indo que eu vou dar um passada no banheiro. -O Zack falou assim que passamos.

-Ok. -Meus amigos responderam.

-Eu te espero aqui. -Falei. Meus amigos continuaram andando e eu fiquei sozinha esperando o Zack.

Comecei a viajar contando os quadrilhos da parede até que alguém chamou o meu nome.

-Kauã! -Pulei no pescoço dele com um forte abraço. -Que show maravilhoso!

-Por que eu sempre acho que isso é mentira? -Ele perguntou com um sorriso fofo no rosto.

-Porque quando você cantava todo desengonçado, com uns dez anos, eu falava a mesma coisa. -Ele deu uma risada. -Mas você evoluiu e é tudo verdade.

-Que bom que gostou.

-Eu não gostei. Eu amei! O jeito que você interagia com o público, sua presença de palco, as dancinhas, os sentimentos que colocava em cada música... -Parei para respirar quando reparei que falava muitas palavras por segundo. O Kauã riu. -Senti sua falta... -Falei olhando nos seus olhos e, ao invés de falar "eu também", ele me beijou, me pegando completamente de surpresa. Não tive tempo de o afastar de mim...

-Até que o sho... -Foi tudo que ouvi o Zack falar antes de não falar mais nada.

Afastei o Kauã de mim delicadamente.

-Zack...

Fiquei parada no lugar sem conseguir me mexer ou pensar no que fazer. Não sabia se ia atrás do Zack ou se aproveitava o único dia que teria com meu amigo em muitos dias.

-Não... Não agora, Fernanda. -Com essas palavras o Zack saiu andando emburrado, eu decidi não ir atrás dele...

De nada adiantaria falar com ele agora e, apesar de tudo, o Kauã era meu amigo e tenho certeza que não me beijaria se eu tivesse sido clara quanto ao estar tendo alguma coisa com alguém. Sem falar que sempre que eu e o Zack brigamos, ele joga coisas na minha cara e faz com que eu me sinta um lixo de ser humano, só para depois falar que não pensava aquilo de mim.

-Fernanda, eu...

-Não... -Falei o interrompendo. Olhei para ele.

-Não, nada. Eu não deveria ter te beijado assim. -Ele passou a mão no cabelo. -Não é como se fossemos um casal, eu não posso simplesmente te beijar achando que nada mudou desde quando eu fui embora.

-Você não tinha como saber...

-Não era um direito meu te beijar. -Ele estava muito arrependido e dava para ver a culpa transbordar em seus olhos.

-Eu te beijei naquele aeroporto antes de você ir embora. Se for assim eu também não tinha aquele direito. -Coloquei minha mão em seu rosto e o fiz olhar para mim. -Eu não te contei que estava ficando mais ou menos sério com alguém, você não tinha como saber.

-Desculpa, Fernanda. -Ele pediu com toda a sinceridade do mundo no olhar e nas palavras.

-É claro que eu te desculpo. -Mas não tinha porque desculpá-lo, ele não fez nada de errado. Se eu tivesse no lugar dele e alguém importante para mim e que eu gostava tivesse me beijado como forma de despedida, eu ia querer beijar essa pessoa quando a visse de novo.

-Você devia ir atrás dele. -O Kauã disse mundando de postura. Se tinha uma coisa que eu amava na minha relação com ele, era como a gente tinha uma grande capacidade de conversar sobre coisas normais, depois de ter tido um episódio não tão comum.

-Não... Ele precisa de espaço e eu preciso ficar com um dos meus melhores amigos que vai embora amanhã de novo e volta deus sabe lá quando. -O Kauã abriu um sorriso.

É claro que eu estava triste com a situação, mas não podia deixar de aproveitar o Kauã.

O abracei, assim, sem mais nem menos.

-Eu te amo, Kauã. -Falei.

-Também te amo, Nanda.

Gente, desculpa pela ausência, mas eu andei meio para baixo esses dias. Espero que entendam.
Mas e aí, o que estão achando ?? E o que acham que vai acontecer??
Beijinhos

Um estranho em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora