Um estranho em minha vida

49.

-Zack. -Ele arregalou os olhos quando percebeu que era eu.

-Senhorita Fernanda. -Ele sorriu. Queria repreendê-lo por tanta formalidade, mas não o fiz na frente do jornalista.

-De onde se conhecem? -Ele perguntou interessado. O Zack me deixou responder. -Não adianta falar que é das festas, pois eu conheço todos os garçons gatos e eu nunca vi esse por aqui. -Ele piscou para o Zack e ele riu.

-Hãn... -O que eu falaria? -Miguel. Você sabe como é meu irmão, né? Conheço muitos amigos do meu irmão.

-Com licença. -O Zack sorriu mais uma vez e foi embora, tecnicamente. Ele parou em uma mesa atrás do jornalista e, aposto, que ficou ouvindo o resto da entrevista.

-Eu vi como os olhos de vocês brilharam ao olhar um para o outro. Tem chances de rolar algo entre vocês? -Ele perguntou arregalando os olhos curioso. Meu deus, alguém pode me salvar desse interrrogatório? Nem a minha mãe me faz tanta pergunta chata assim.

-No momento estou concentrada nos meus estudos. É meu último ano e eu quero muito entrar na faculdade de direito, não tenho tempo para pensar em relacionamentos.

-Então não nega a possibilidade? -Lancei um olhar, acidental, de saco cheio. -Obrigado, Fernanda, pela sua entrevista. Aproveite a festa e só para completar, você está maravilinda.

-Obrigada! -Ele me deu um beijo na bochecha e eu retribui.

Quero ar. 

Fui em direção ao banheiro e, cada vez que chegava mais perto, meus ouvidos agradeciam por ter menos barulho. Ali perto, achei um cantinho com algumas árvores e um banquinho, era meio isolado, tudo que eu queria no momento. 

Sentei ali e fechei os olhos. Só alguns minutos de paz... 

-Oi. Miguel, né?

Ou segundos...

-Oi, Zack. -Ele sentou ao meu lado, agora sem as bandejas. -Ai, espero que não tenha se incomodado por eu ter escondido a verdade. Eu detesto esses caras. -Ele deu uma risada. 

-Tudo bem, eu não me importo. -Ele falou descontraído. 

Com toda a correria do momento, não tinha parado para pensar em como uma pessoa que trabalha como animais acaba como garçom em uma festa dessas. 

-O que faz aqui? -Só tinha um jeito de saber, né?

-Uma mulher que trabalha comigo no abrigo é a dona do buffet e um dos garçons dela parece que quebrou o braço, ela estava desesperada e eu disponível. Ainda mais agora que a Bianca resolveu meu ignorar. -O que? Eu não estou ignorando ele. Esse garoto me tira do sério. 

-Uma coisa de cada vez. -Adiaria o máximo que pudesse, falar de mim. -Falou com a Sandy. -Ele mudou a postura e seu corpo ficou mais rígido. 

-Ela gritou e eu escutei. -Falei sem emoção. -Liguei de um telefone diferente para ela não saber que era eu e não atender de cara. A Luna atendeu... -Ele falou com um mega sorriso no rosto. -Falei com ela como se não a conhecesse e isso acabou comigo. Ela não me reconheceu e passou o telefone para a mãe. A minha primeira palavra foi a última. Quando ela percebeu que era eu, largou umas palavras de amor e desligou na minha cara. -Ele falou rindo e zoando, mas dava para ver em seus olhos como estava acabado e a culpa era minha.

-Desculpa ter forçado vo...

-A culpa não é sua. Eu precisava disso, precisava escutar a voz da Luna mais uma vez e precisava ouvir o que a Sandy me disse. 

-Se sente melhor? -Perguntei hesitante. 

-Aliviado. Acabado, mas aliviado... Tenho muitas pendências na vida, mas essa não é mais uma... Eu vou continuar amando a Luna por toda a minha vida, mas se a mãe dela acha melhor que eu fique longe, é o que eu vou fazer. -Dei um sorriso solidário. -Sabe da Bianca? Achei que, pelo menos, ela iria lá em casa quando a minha cadela melhorasse, mas ela não foi. 

-Não falo com ela tem um tempo. 

-Estou pensando em sair da casa dela e arrumar um lugar para ficar. -Ele me olhou. 

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Postei mais esse pedacinho em agradecimento aos 10k de views!!!!!! 

Estou tão feliz que se eu pudesse postaria todos os capítulos que eu já escrevi hehe !! 

Brincadeiras a parte, queria agradecer a todas que acompanham a história e estão fazendo parte da minha felicidade nesse momento ! 

Obrigada de coração! 

Beijinhos