Um estranho em minha vida

85.

-Olha, amor, acho que devemos contratar a nossa filha para trabalhar conosco! -Meu pai disse olhando para minha mãe e ela riu.

-Não, obrigada! -Respondi mesmo sabendo que era uma piada. Vai saber, né? -E então!? -Perguntei muito animada e confiante.

Minha mãe olhou para o meu pai e deu um leve aceno de cabeça olhando para mim.

-SÉRIO? -Dei um grito que o prédio inteiro deve ter escutado. -Agora precisamos ver várias coisas como... -Falei rápido demais.

-Fernanda! -Meu pai me repreendeu. -Respira. -Minha mãe riu.

-Filha, eu e seu pai vamos resolver a parte burocrática e quando tivermos comprado te avisamos. -Minha mãe disse. -Eu prometo ver isso até o final da semana.

-Obrigada! Obrigada! Obrigada! -Levantei da cadeira e fui abraçar os dois. -Eu amo vocês. -Falei não me aguentando de felicidade... Eu precisava falar urgentemente com o Zack!

-Também te amamos e temos muito orgulho da menina bondosa e inteligente que é. -Meu pai falou.

-Você tem um grande futuro, filha. Não deixe que ninguém te limite. -Sorri e os abracei de novo. Se tem pais melhores que os meus, eu desconheço.

Ficamos conversando por mais algum tempo e nem vi a hora passar, só reparei que já era tarde quando a Lara entrou na sala falando que minha mãe tinha uma reunião. Me despedi dos meus pais e fui direto para a casa do Zack.

Entrei em casa e dei de cara com um Zack só de cueca vendo TV, assim que me viu, arregalou os olhos e se cobriu com a colcha que estava ao seu lado. Já eu, fiquei lembrando da imagem dele só de cueca na minha cabeça. Que homem gato, meus amigos, que homem gato!

-Ai, desculpa, Zack. -Pedi constrangida e provavelmente ficando da cor de um pimentão! -Eu não devia ter entrado sem bater... É que sempre que eu chego você não está, ai eu pensei que... Eu estava tão euforica que nem vi a hora... Afinal, que horas são? -Respirei finalmente.

O Zack estava rindo mais que outra coisa.

-Sete e meia.

-O que?

-A hora. São sete e meia.

-De tudo que eu falei você só ligou para isso? -Perguntei fechando a cara.

-Não, mas é que foi a única pergunta que fez. -Ele se enrolou com o edredom e levantou do sofá.

-Você poderia ter falado "Ah Fernanda, eu te desculpo" ou "Nunca vou te perdoar, vai embora da minha casa". -Falei tentando imitar a voz dele, mas saiu bem péssimo.

-Essa imitação foi péssima.

-Eu não discordo.

-Então, você disse que estava euforica. Por que estava euforica?