78.

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Na segunda à noite, como meu irmão tinha saído com a Karina(sim, em plena segunda esse casal sai, como se ela não tivesse ENEM no final do anor e ele textos para decorar) e meus pais estavam viajando para não lembro onde, eu resolvi ir para casa do Zack (prefiro chamar assim, já que ele que mora lá, embora ele sempre me lembre que a casa é minha e não dele) e acabei levando o Átila para brincar com os cachorrinhos dele. 

Cheguei antes dele voltar do trabalho e pedi umas pizzas. Fiquei na varanda brincando com os cachorrinhos. Entre risadas, lambidas no rosto e pulos em cima de mim, não percebi que o Zack estava na porta da varanda me olhando. 

-Está ai desde quando? -Perguntei rindo do Átila com as patinhas em pé. Ele era do meu tamanho! 

-Não sei. Faz algum tempo. -Ele veio até mim e me deu um selinho. 

-Ah, não sabia que observar pessoas era um hobbie seu. -Ele se abaixou para falar com cada criaturinha fofa, que o cumprimentava com uma lambida. -Isso é meio coisa de psicopata, sabia? 

-Talvez eu seja um. -Ele falou levantando e me puxando pela cintura. 

-Para de falar merda, Zack! -Dei um tapinha de leve em seu ombro e ele me beijou. Um beijo calmo e apaixonado. 

-Estou morrendo de fome. -Ele falou separando nossos lábios. 

-Pedi umas quatro pizzas gigantes! -Falei com brilho nos olhos. 

-Cadê o time de futebol para comer isso tudo? -Ele perguntou olhando para os lados, o que me fez rir. 

-Eu vou comer tudo! Não como desde a hora que o Miguel e a Karina sairam lá de casa. 

-Que horas foi isso? 

-Uma... Talvez... -Ele olhou a hora no celular e arregalou os olhos. 

-Já vai dar sete horas, Fernanda! -A campainha tocou, me salvando da bronca do Zack. -Você se safou dessa, mas por pouco. -Ele apontou o dedo na minha cara forçando uma cara de garoto bravo e eu comecei a rir. 

Fomos para a sala e ele abriu a porta. Não demorou muito para o cheiro de pizza invadir o ambiente e meu estômago roncar. Fui até a porta ajudar o Zack a pegar as coisas. O entregador fez uma cara feia para gente e eu olhei para o Zack para ver se ele tinha percebido a mesma coisa. Ele deu de ombros, mas eu fiz questão de perguntar. 

-Está tudo bem, senhor? -Perguntei pegando as caixas de pizza da mão dele. Ele fez outra cara estranha e eu fiquei mais intrigada. 

-Vocês são um casal? -Ele perguntou. Tá, a gente não era bem um casal, mas o que ele tinha a ver com a nossa vida? Não querendo ser grossa, nem nada, mas não era mesmo da conta dele. 

Um estranho em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora