74.

7.5K 656 45
                                        


-Tudo bem. Eu vou com você. -Ele deu um sorrisinho. 

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para a Júlia falando para ela comprar dois ingressos que pagava ela depois. 

-Depois do show vamos para um rodízio e não vou aceitar que não vá! -Ele deu uma risadinha muito fofa. 

-O que você não me obriga a fazer sorrindo que eu não faço chorando... 

-Chorando não... Com ciúmes. -Falei zombando dele. 

-Quem disse que eu estou com ciúmes? -Ele perguntou na defensiva. 

-Essa sua cara de pastel ai! -Coloquei o copo na mesa e quando fui me encostar na cadeira ele fez cosquinha em mim. Comecei a rir e me debater, mas ele era mais forte e eu não tinha como me livrar dele. -Para, Zack! Para... -Falei sem ar de tando rir. 

Ele parou. 

Levantei do sofá e sentei nas pernas dele, virada para ele. 

O Zack olhou para mim, mas não fez nada. Eu fiz como se fosse o beijar e comecei a fazer cosquinha em sua barriga e pescoço. Ele, no começo riu sem conseguir tomar uma atitude, mas não demorou muito para que a fizesse. Ele segurou meus pulsos e tirou do corpo dele. Inclinou-se para frente e me beijou. 

Assim que percebeu que eu não o faria mais cosquinha, soltou os meus braços e me puxou pela cintura para mais perto dele. Coloquei minhas duas mãos em seu cabelo. Ele beijou o meu pescoço e eu, em resposta, me movimentei em cima dele. 

O Zack soltou um suspirou e voltou a me beijar. Suas mãos mudaram de posição, uma estava enfiada em meus cabelos para que eu não me afastasse e a outra apertava a minha bunda. Eu não queria parar o beijo, mas sentia que estava ficando quente demais. Sentia sua ereção embaixo de mim... Eu não estava preparada para o que viria em seguir, eu precisava esfriar o clima. 

Terminei nossos beijos com selinhos e sentei ao lado dele. 

Ele parece ter percebido minha hesitação e a respeitou. Dei um sorrisinho sem graça, senti que minhas bochechas coraram, e ele me deu um selinho. 

-Tão linda com vergonha. -Ele deu uma leve mordida na minha bochecha. Passou o braço por trás da minha cabeça e eu me aconcheguei em seu peito. 

Continuamos a ver o filme. 

Assim que acabou, eu resolvi que era hora de ir para casa. Precisava responder as infinitas mensagens da Júlia me perguntando quando eu havia voltado a falar com o Zack, sem falar que precisava contar isso para o meu irmão. Dai-me paciência. 

-Você pode dormir aqui se quiser. -Ele disse abrindo a porta da saída para mim. -Não é como se não tivesse o seu próprio quarto e que essa fosse a sua própria casa. -Dei uma risada.

-Eu queria muito, mas eu preciso falar com meu irmão e atualizar a Júlia. Ela deve estar querendo me matar. 

-Sou tão pauta dos assuntos de vocês assim? -Ele perguntou zoando e eu revirei os olhos. 

-Você me deu muitas olheiras e preocupações nesses dias, Zack. Eles viram tudo. -Perdia o amigo, mas não perdia a piada. -Se importam comigo. -Dei um selinho nele. -E se importam com você. 

-Essa parte ai é mentira. -Ele disse com dor na voz. Não devia ter o deixado ciente sobre meus péssimos dias. -Eles se importam com você. 

-Com você também, Zack... Que parte de "eles são seus amigos agora" que você não entende? 

-A parte que eu tenho amigos. Não sei o que é isso. 

-O Miguel falou com um amigo dele que é hacker para ver se te achava em algum canto. A Júlia e a Karina me ajudaram a ligar para todos os hospitais, hoteis e pousadas para saber se você tinha passado por algum desses lugares. O Gustavo falou com o tio policial dele para de procurar nas comunidades e ruas da cidade. -Preferi dar provas para ele do que falar o que ele já sabia, mas não queria acreditar. -Todos nós estávamos te procurando. 

Ele me deu um abraço apertado que retribuí. 

-Obrigado, Fernanda. O que você e eles fizeram por mim, ninguém nunca fez. É bom ter pessoas que se importam com você e eu espero ser digno de tudo isso que vocês me proporcionam... Principalmente você. 

Um estranho em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora