Um estranho em minha vida

97.

-Que bom. -Ele falou com irônia, mas sabia que estava feliz por mim. -Agora eu consigo mais algumas horas de sono? -A campainha tocou e ele foi abrir a porta.

Karina.

-Não. -Respondi rindo.

-Oi, amor! -Ela falou distribuindo animação e felicidade. Ela cumprimentou todos nós.

-Bom, crianças, eu e seu pai vamos dar uma saidinha.

-Vão trabalhar domingo? -Perguntei chocada.

-Não... Vamos sair. -Ela falou corando e eu não quis perguntar mais nada.

-Tchau. -Falei rindo.

Eles se despediram e acabou nós quatro na sala.

-Karina, amor da minha vida, eu quero mais duas horas de sono, depois eu vou até para Marte com você. -Ele estava realmente acabado.

-Tudo bem, Miguel. Vai dormir. -Ela revirou os olhos.

-Vou não. -Ele segurou ela pelo braço e forçou um sorriso. -Você vem comigo.

Ela me olhou e eu apenas ri.

-Amanhã depois da aula vamos para o shopping? -Ela me perguntou enquanto meu irmão a puxava.

-Sim. -Foi o que consegui responder antes dela sumir da minha vista.

-E então, e a praia? -Perguntei sorrindo para o Zack não conseguindo conter minha felicidade.

-Bora!

-Dois minutos... -Pedi.

Fui para o meu quarto, coloquei um biquíni e uma rouap leve por cima. Peguei uma bolsa com algumas coisas e voltei para a sala.

-Agora sim. -Saímos da minha casa e fomos para a minha outra casa. -Por que tu não colocou a sunga logo? -Perguntei enquanto ele abria a porta.

Ele deu de ombros.

-Já volto. -Enquanto ele não vinha, eu ficava brincando com seus cachorrinhos na varanda. Não sei quanto tempo passou até ele aparecer, mas assim que o fez, saímos de casa.

-Tá bom aqui? -Andamos uns cinco minutos pela areia da praia e paramos quando as pessoas não passavam de pontinhos distantes. Assenti.

Abri minha canga com um pouco de dificuldade por causa do vento. O Zack tirou a blusa e a bermuda e eu não consegui não olhar para aquele corpo maravilhoso.

-Limpa a baba ai! -Ele falou com um sorriso safado e olhando nos olhos, me tirando do transe.

Ele se jogou na minha canga sem cuidado nenhum para não sujá-la de areia. Revirei os olhos e ele deu uma risada.

Tirei minha blusa e o meu short. Era tão discarada a forma que ele me olhava de cima a baixo que não tinha como eu não perceber, ou melhor, não tinha como eu não corar.

-Vai ficar ai me encarando assim mesmo ou vai fazer alguma coisa? -Mordi o lábio inferior e, no tempo deu dar uma piscada, ele se colocou na minha frente e me beijou.

Era um beijo lento e carinhoso, porém viciante como todos os outros. O Zack tinha um poder de me atrair para ele que nada no mundo teria o poder de me afastar.

-Eu já disse que te amo? -Ele perguntou entre o beijo e eu abri um sorriso.

Nunca me acostumaria ou me cansaria de escutar essas palavras vindas de sua boca.

-Não que eu me lembre. -Falei zuando. Claro que eu lembrava, é impossível esquecer que a pessoa que você ama falou que te ama.

-Que bom! Minha mãe me ensinou que mentir é feio. -Ele disse se afastando de mim.

-Vai se ferrar, Zack. -Dei um tapinha nele e me afastei.

-Ei. -Ele me segurou pelo braço e, quando me virei, olhou no fundo dos meus olhos. -Eu te amo, Fernanda. Te amo mais do que eu achei ser possível amar alguém. -Sorri. -Eu não sei o que seria da minha vida se eu não tivesse te conhecido. Eu não sei o que seria de mim sem você.

Ele me beijou apressadamente como se temesse minha resposta, mas ele não fugiria dela. Assim que terminamos o beijo, eu falei:

-Eu te amo mais do que eu já amei alguém e eu tenho muita sorte de ter você em minha vida.

Nos beijamos de novo e de novo... Depois resolvemos que era hora de entrar na água.