96.

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Meu celular começou a tocar e pelo toque eu sabia que era minha mãe. 

Não queria parar de beijar o Zack, mas eu precisava atender, afinal eram dez da manhã de um domingo e eu saí sem avisar. 

Peguei o telefone na mesinha do lado da cama. 

-Oi, mãe. -Atendi olhando para o Zack. 

-Oi, filha. Bom dia. Está tudo bem? Para onde você foi? 

-Estou bem sim. Vim caminhar na praia um pouco. -Não podia dizer que estava na minha casa sentada no colo de um cara. 

-Tem como você vir para casa? Eu e seu pai temos notícias sobre o parque. -Sua voz estava animada e eu fiquei animada. 

-Tem sim. Estou com um amigo aqui na praça e ele vai comigo... Já chego. 

-Ok, filha.  -Nos despedimos e eu desliguei a chamada. 

-Minha mãe quer falar da situação da praça. Vamos lá para casa? -Perguntei saindo do colo dele. 

-Eu só queria dormir! -Ele resmungou.

-Dorme à noite! 

-Eu vou se a gente puder ir à praia depois. 

-Você mora na frente de uma! -Levantei da cama e o puxei. 

-Eu sei, Fernanda, mas eu quero ir com você. -Ele me segurou pela cintura e me deu um selinho. 

Dei um sorrisinho tímido. 

-Tudo bem, Zack. Faço esse sacrifício por você. -Ele deu uma risada. 

Não demorou muito tempo e estávamos na sala da minha casa com meus pais prestes a falar. 

-Conseguimos comprar o parque! -Ela disse com um sorriso no rosto. Eu havia deixado bem claro o quanto aquilo era importante para mim. 

Levantei do sofá e dei um mega abraço nela e no meu pai. 

Dei uma rápida olhada no Zack antes de abraçá-lo. Seus olhos e seu sorriso transmitia toda a felicidade que ele, assim como eu, sentia. 

Dei um abraço mega apertado nele. 

-Eu sempre amei aquele parque, Zack, mas saiba que se eu estou fazendo isso é por você. -Falei envergonhada. -Eu não posso apagar toda a dor do seu passado, mas eu posso trazer um pouco de felicidade e cor para o presente. -Sussurrei para que meus pais não escutassem. 

-Minha maior felicidade foi e sempre será ter conhecido você. -Fingi que as suas palavras não me abalaram e nem fizeram meu coração bater mil vezes mais rápido e desfiz o abraço.

-Então, filha, quando pediu para comprarmos disse ia providenciar a reforma e tudo mais. Eu e sua mãe podemos ajudar com as finanças, mas não temos tempo para supervisionar e projetar a obra. 

-Pode deixar comigo! -Falei animada. 

-E nada de deixar as notas da escola caírem por isso! -Minha mãe falou brincando. Ela sabia que eu era uma aluna nota mil e nada mudaria isso. 

-Que gritaria toda é essa? -Meu irmão apareceu na sala com a cara amassada de tanto dormir. 

-Consegui meu parque! -Falei animada. 

Um estranho em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora