15.

10.5K 720 7
                                    




Semanas se passaram... Sim, semanas... 5, para ser exata... E nada do Zack da sinal de acordar e nem da minha vida dar uma alavancada surpreendente. Vou resumir o que fiz nesse meio tempo em poucas palavras: NADA... Mentira, eu fiz algumas coisas.

Eu e o Kauã nos aproximamos muito como amigos e conversamos quase todos os dias, até hoje não rolou nada mais do que carinho de amigo e eu me sinto muito bem quando estou com ele. A Karina e o Miguel não se falam muito, mas não é como se eu já os tivesse visto conversando antes, a relação deles é estranha. O Gustavo continua vivendo a vida dele e resolveu que quer publicar um livro sobre ET, a história até que é legal, mas é muito viajada. O Miguel foi para São Paulo semana passada gravar uma novela e só volta deus sabe quando. E eu, estudei, li para crianças, li para o Zack (muitos livros na verdade, acho que ele está de saco cheio) e fiquei bastante tempo com meus amigos e meus pais. Além de ler livros e HQs eu conversei com ele sobre o que acontecia no mundo e sobre mim (sem mencionar nada que pudesse entregar minha verdadeira identidade).

-Fernanda? Você está ai? -O Kauã me chamou.

-Claro.

-Você vai no meu show hoje? -E, como não tive tempo de falar, o Kauã resolveu voltar a fazer uns shows pela área, mas sei que em poucas semans vai estar de volta a ativa como era antes.

-Sim. Compramos ingresso para a área vip. -Ele riu.

-Não sei se te bato por ter ignorado meu ingresso para ficar no camarim ou se rio do seu amor por multidão.

-Você é tem sorte deu não ter vendido isso para um maluco qualquer. Já pensou? -Ele me olhou sério, mas riu em seguida.

-Não quero nem pensar em quem você arrumaria para comprar.

-Eu ia fazer questão de ser umas pessoas bem loucas... Mas não fica triste, eu realmente gosto de muvuca e a gente pode fazer outras coisas depois. Você escolhe.

-Qualquer coisa? -Sua pergunta era bem abrangente e convidativa. Eu poderia ceder a tentação de me jogar em cima dele?

-Até meu sim tem um limite, Kauã. Pede e eu digo.

-Um jantar?

-Sim. Onde?

-Naquele rodízio que a gente ia antes deu viajar.

-Combinado. Agora eu vou para aula, a minha professora do primeiro tempo é um porre. -Ele me deu um abraço e eu saí da minha casa. Sim, ele dormiu lá, pois ficou trabalhando com minha mãe até altas horas da madrugada.

Assim que cheguei na escola, fui direto aos meus amigos e os cumprimentei.

-A gente pode pular para parte que vai para o show do Kauã e esquece essas merdas de aula?

-Se a gente matar, só vamos ter que fazer nada até lá. -A ideia foi do Gustavo, mas ele só queria um pretexto para ir embora escrever seu novo livro.

-Eu prefiro ver aula do que ser trocada pelo seu livro idiota. -A Karina falou.

-Ei! Ele não é idiota.

-Você que é! Fica ai trocando pessoas por uma tela de PC e um teclado. -Ela disse. Ele me olhou em busca de apoio.

-Estou 100% com a Karina. -Dei de ombros.

-Falou a que fica lendo para um estranho no hospital. -Depois de duas semanas com o Zack em coma, eu contei minha loucura para os meus amigos que primeiro me xingaram e depois se interessaram para saber como tudo aconteceu.

-Pelo menos eu ajudo alguém e não fico sentado em uma cadeira matando os humanos.

-Perdi a vontade de matar aula. Vou para minha sala... Vejo vocês na saída.

-E o intervalo? -Perguntei quando ele já estava meio longe.

-Vou matar mais alguns mil humanos. Talvez uma bomba preparada pelos reptilianos.

-Por que você não se entrega de uma vez para os reptilianos, assim a gente poderia sentir sua falta sem você estar presente. -A Karina falou e ele deu o dedo do meio para gente. Eu e ela rimos enquanto caminhávamos para sala.

-O Kauã me chamou para o rodízio hoje depois do show. -Sentei na minha cadeira de costume e ela na dela.

-E ai? Aceitou, né? Já descobriu o que sente por ele?

Um estranho em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora